Pelo menos no âmbito da câmara federal existem vinte propostas entre PECs PLs que pretendem alterar o sistema eleitoral que dispõe sobre o voto de legenda em listas partidárias fechadas e ainda adoção de voto distrital misto entre outras proposições relativas a forma de eleição proporcional.
Acredito que não será possível o colegiado aprovar o voto em lista fechada, onde o eleitor vota no partido e não diretamente em um candidato para ocupar as vagas do Legislativo, pois esta mesma Câmara dos Deputados rejeitou em 2015 a emenda que instituía a lista fechada nas eleições para deputado federal, deputado estadual e vereador. Pela proposta derrubada pela maioria do plenário- 402 votos pela rejeição e 21 pela aprovação, o partido faria uma lista de candidatos e o eleitor votaria somente na legenda. Os deputados rejeitaram também a proposta de voto distrital misto onde o eleitor vota duas vezes; uma para candidatos no distrito e outra para a lista dos partidos (legenda). A metade das vagas vai para os candidatos eleitos por maioria simples. A outra metade é preenchida conforme o quociente eleitoral pelos candidatos da lista. Por esse sistema, os Estados são divididos em distritos e cada microrregião elege um representante. Este modelo distrital misto aproxima e aumenta o controle do eleitor sobre o representante eleito.
Não há ambiente político para a adoção de lista fechada, pois a criação desta é feita geralmente de duas formas: ou pelo líder do partido, ou por eleições internas nos partidos tirando o poder do voto em que o eleitor escolhe diretamente um candidato . Na atual conjuntura onde uma mera denúncia já serve para estigmatizar toda a classe política há que se ter cautela e deixar a lista fechada para outra oportunidade onde haja ambiente adequado e ampla discussão com a sociedade. Insistir neste tema pode soar como a busca de um esconderijo para os atuais dirigentes partidários e parlamentares. Não a lista fechada.