Relatório da Polícia Federal sugere o indiciamento do deputado Arthur Lira (PP-AL), por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O deputado é apontado como destinatário de R$ 106 mil apreendidos pela polícia em poder de um assessor parlamentar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em fevereiro de 2012. Pelas investigações da polícia, o dinheiro teria sido uma encomenda do presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Carlos Caballero Colombo, para o deputado. Lira e o pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), seriam os responsáveis pela indicação de Caballero para a presidência da CBTU.
O assessor foi preso em Congonhas quando se preparava para embarcar para Brasília, onde o dinheiro seria entregue ao deputado. A polícia teria esclarecido o caso a partir de informações da delação premiada do doleiro Alberto Youssef, um dos alvos centrais da Operação Lava-Jato.
De acordo com a nota da Polícia Federal, “as investigações confirmaram a origem ilícita do dinheiro, que era proveniente de contratos celebrados pela CBTU. O presidente da estatal Francisco Carlos Caballero Colombo teria entregue os valores ao assessor parlamentar, em benefício do deputado federal Arthur Lira “.
Para a polícia, as informações obtidas até o momento “são suficientes para apontar a materialidade e autoria dos crimes de corrupção passiva qualificada (art. 317, §1º do Código Penal) e lavagem de dinheiro (art. 1°, inciso V, da Lei n. 9.613/98) pelo deputado federal”. No mesmo texto, a PF diz no mesmo que “não foi possível comprovar, com os elementos trazidos a investigação, a participação do senador no fato sob apuração”, em relação a participação do pai de Arthur Lira, Benedito de Lira, no esquema. O inquérito contra tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).