Quinze pessoas serão indiciadas pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento no esquema criminoso envolvendo o mestrado de Administração da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e que foi alvo da Operação Sucupira, deflagrada nesta quinta-feira (11). Os indiciados são 7 professores e 8 alunos do curso, que seriam servidores públicos. Eles vão responder por associação criminosa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e inserção de dados falsos em sistema de informação.
Segundo informações repassadas pela Polícia Federal durante entrevista coletiva, o esquema criminoso envolve, além da universidade, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Instituto de Tecnologia em Informática e Informação de Alagoas (Itec), a Agência Reguladora de Serviços de Alagoas (Arsal) e a Agência de Modernização da Gestão de Processos (Amgesp). Isso porque servidores públicos desses órgãos são também os alunos indiciados.
As investigações tiveram início no último dia 3 de abril, a partir de matéria publicada no site Diário do Poder. O esquema existia para garantir o acesso dos alunos ao curso de mestrado em Administração Pública, mediante o pagamento de determinada quantia. Até o momento, a Polícia Federal já descobriu a quantia de R$ 108 mil que seria referente às propinas pagas para acesso ao curso. Esse dinheiro teria sido pago pela Sesau como se os professores fossem prestadores de serviço da pasta. A polícia ainda investiga como eram feitos os repasses.
Segundo o delegado Antônio Carvalho, que preside o inquérito, a quantia foi localizada através do Portal da Transparência, por meio de uma aba especifica chamada “Despesa por lista”, voltada à transferência de recursos. Os alunos-servidores e os professores da Ufal podem perder os cargos.
“Para entrar no curso de mestrado precisa passar por várias etapas/exames e percebeu-se que alguns deles não foram aprovados em um dos testes, mas que foram inseridos como alunos regulares”, disse o delegado.
Ele afirma também que o pagamento era feito aos professores e aos parentes deles. “Esta plataforma no Portal da Transparência serviu de prova para encontrarmos o valor de R$ 108 mil. Os professores não poderiam receber tal quantia porque têm dedicação exclusiva com a Ufal, mas estariam prestando serviços para a Sesau”, pontuou.
Sobre a operação, o secretário de Estado da Comunicação Ênio Lins disse que o Governo de Alagoas vai acompanhar as investigações da Polícia Federal e que, no momento, é precipitado fazer qualquer pré-julgamento.
Segundo ele, não há a comprovação de nenhum crime ainda e os servidores são apenas suspeitos. Caso algum ilícito seja comprovado, eles serão exonerados. O secretário ressaltou também que o Governo do Estado está à disposição da Polícia Federal para prestar esclarecimentos.