O Hospital Geral do Estado (HGE) tem recebido diversas vítimas com queimaduras de fogos de artifício, onde a maioria delas é adultos, contrariando a ideia de que crianças e adolescentes estão mais vulneráveis aos riscos do período junino.
Os números informados pelo HGE são de que das 759 pessoas que procuraram atendimento médico devido queimaduras no ano passado, 314 eram adultos, que tinham entre 31 e 50 anos de idade. 232 tinham até 10 anos e 213 representavam jovens com idades entre 11 a 30 anos.
O advogado Cláudio Andrade, de 36 anos, conta que sofreu um acidente com um pistolão quando tinha 26 anos. “Fiz tudo corretamente, mas o pistolão falhou. Em vez de subir, ele desceu, e um dos pistolões estourou na minha cabeça. Fui às pressas para o hospital, e acabei levando sete pontos”, disse ele.
Chegando ao hospital, Carlos foi informado de que poderia ter perdido a visão e uma das orelhas. “O estouro seria bem no meu rosto. Quando percebi o perigo, virei rapidamente. Nunca mais manuseei fogos de artifício”, afirmou o advogado.
Já Lúcia Santos, de 48 anos, teve um acidente aos 9 anos de idade, com um foguete lançado por outra pessoa. “Só lembro de ver os objetos que estavam perto de mim serem lançados no ar e caírem aos pedaços. No momento, não senti nada além do susto. Só fiquei parada, imóvel”. Conta Lúcia.
Ela não foi para o hospital, pois não haviam ferimentos visíveis. Aos 17 anos foi diagnosticada e teve perda auditiva.
O fisioterapeuta Marcus Aurélio Medeiros Costa diz que se houver acidente, a vítima deve evitar utilizar manteiga, pó de café, pasta de dente ou qualquer outro produto. “Em casos de queimadura o importante é limpar o ferimento com água corrente que esteja em temperatura ambiente. Pois, esses tipos de produtos inadequados além de dificultarem a limpeza e os cuidados das queimaduras no hospital, eles podem aprofundar as lesões e ainda provocarem infecções”, diz Marcus.
Ela ainda explica o processo que a vítima deve seguir para tratar o ferimento. “O mais recomendável é que após resfriar e lavar a área afetada, a pessoa envolva a lesão com um tecido limpo e seco, para em seguida procurar auxílio médico”, completa o fisioterapeuta.