Cristiano Matheus possui bens comprados com recursos públicos, diz PF

A Polícia Federal informou no final da manhã desta quinta-feira (20), após cumprimento de mandados da Operação Astaroth em Alagoas, Pernambuco e Maranhão, que documentos apreendidos em imóveis do ex-prefeito de Marechal Deodoro (AL) comprovam que ele adquiria bens com recursos da prefeitura e registrava em nome de terceiros.

A informação foi dada pelo delegado Márcio Tenório, superintendente da PF em Pernambuco, que colaborou com as investigações. Além destes dois estados, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão em Maranhão. Ninguém foi preso.

“Ele [Cristiano Matheus] não tem nenhum veículo no seu nome, mas anda em carros de luxo com propriedades em Alagoas , Maranhão e Pernambuco, tudo no nome de terceiros que sabemos que pertencem a ele. Até a revisão do carro dele, a nota é feita no nome do caseiro dele”, disse o delegado Márcio Tenório.

Ainda segundo as investigações, cerca de 14 pessoas, entre ex-assessores e funcionários pessoais do ex-prefeito, participavam dos esquemas fraudulentos na prefeitura, todas chefiadas por ele.

Mais de 100 policiais federais participam da operação. O nome Astaroth faz alusão ao exercício de poder que pode despertar o demônio da vaidade.

A PF informou que os recursos, cerca de R$ 6 milhões, foram desviados de verbas destinadas à prefeitura por meio do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e do FUNDEB.

O Superintendente da PF em Alagoas, o delegado Bernardo Gonçalves, disse que a polícia pediu o mandado de condução coercitiva contra os envolvidos, mas que isso foi negado pela Justiça.

As investigações apontam ainda que os desvios aconteceram entre os anos de 2010 a 2014, e movimentaram mais de R$ 6 milhões.

Durante a operação, foram apreendidos documentos que apontam que o ex-prefeito tinha três postos de combustíveis em seu nome, sendo um em Alagoas e dois no Maranhão.

Além de documentos, foram apreendidos quatro veículos com valores de custo acima de R$ 60 mil, uma moto, R$ 11 mil euros, mídias digitais e uma arma.

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