Falta de compromisso de Rui Palmeira com a saúde prejudica a população

A situação na saúde pública de Maceió tem ido de mal a pior. A reportagem do jornal A Notícia realizou um balanço de como anda os principais postos de saúde da capital. Com o histórico de falta de médicos, medicamentos e até de pacientes, reclamações e protestos se repetem com frequência.

O PAM (Posto de Atendimento Médico) Salgadinho e o II Centro de Saúde Dr. Diógenes Jucá Bernardes, que atendem cerca de duas mil pessoas de todo o estado e considerados os postos referências em Maceió, são, mais uma vez, protagonistas do caos que se instalou na saúde da capital.

No PAM Salgadinho, por exemplo, diversas filas se formam para marcação de consultas, exames e realização de perícia do IML. Para este último, muitas pessoas chegam duas horas antes com objetivo de conseguir uma ficha de atendimento.

Alguns pacientes reclamam que a doutora Gisele Melo Oliveira, endocrinologista, falta com frequência ao plantão. É o caso de Maria da Conceição, que compareceu pela segunda vez para consulta e teve de remarcar para outro dia, já que não foi avisada que a médica não estava presente. “Aqui algumas vezes acontece isso. Eu vim hoje para me consultar e quando cheguei me avisaram que a doutora Gisele não vinha. Dei viagem perdida”.

Alguns blocos da unidade estão em reforma e segundo a diretora geral, Alba Valéria, não há previsão de conclusão das obras. Além disso, o Raio X está parado temporariamente, uma sala para ultrassons teve que ser improvisada, e o único médico cardiologista da unidade está de férias.

Ainda de acordo com a diretora, o estado conta com apenas dois endocrinologistas, e somente um está atendendo no PAM Salgadinho.

Já no II Centro de Saúde Dr. Diógenes Jucá Bernardes as consultas não estão sendo marcadas às terças-feiras à tarde e às quartas-feiras pela manhã. “Tivemos que tomar essa medida por causa da grande demanda que estávamos atendendo durante a semana. Atualmente atendemos cerca de dois mil pacientes por dia”, disse o diretor geral da unidade, Thiago Muniz.

Algumas pessoas saem do interior em busca de atendimento na unidade e são surpreendidas com a falta de atendimento e a precariedade em encaminhar o paciente a outra unidade. Foi o caso de uma mãe que saiu da cidade de Messias em busca de atendimento para a filha que não estava conseguindo abaixar o braço em decorrência de um acidente. Nenhum funcionário sequer levantou da cadeira para falar com a senhora que estava, assim como sua filha, desesperada. O encaminhamento não foi feito. Meramente aconselharam a mulher a se dirigir a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de ônibus coletivo.

Falta de pacientes

Falhas na marcação de consultas comprometem atendimento

O Sindicato dos Servidores da Saúde do município denunciou uma situação inusitada que acontece nas unidades públicas de Maceió. Em entrevista ao portal Gazetaweb no começo do mês, o presidente do Sindicato dos Médicos (SinMed), Wellington Galvão, disse que muitos médicos passam horas ociosas nos consultórios à espera dos pacientes agendados que não comparecem às unidades. ‘’Muitas vezes a agenda está cheia, mas, na prática, só comparecem dois ou três pacientes’’, disse.

O Sinmed atribui a ausência dos pacientes às falhas na marcação de consultas. Os profissionais argumentam que o intervalo entre o dia do agendamento e o da consulta é tão longo que os pacientes esquecem e faltam ao atendimento.

Medicamentos em falta

No último dia 15, pacientes do Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Bebedouro, em Maceió, realizaram um protesto contra a falta de medicamentos na unidade, além de reclamarem sobre o absentismo de médicos.

Medicamentos como Diazepan, Capamisina, Haldol e Fernan estão em falta na farmácia do CAPs. Alguns pacientes que possuem melhores condições financeiras estão comprando remédios há cerca de oito meses.

Em nota, a Coordenação de Farmácia e Bioquímica da Secretaria Municipal de Saúde disse que os medicamentos estão com seu processo licitatório em fase final, aguardando apenas a emissão da nota de empenho para compra e da ordem de fornecimento. Finalizados esses trâmites, a rede municipal deve estar abastecida até a primeira quinzena de setembro.

Sobre a falta de médicos, a Gerência de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde esclarece que já foi autorizada pela Diretoria de Gestão de Pessoas a contratação imediata de um médico psiquiatra para o Centro de Atenção Psicossocial (Caps).

Hoje, Maceió conta com 77 postos de saúde para cerca de pouco mais de 1 milhão de habitantes, segundo o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) realizado em 2016.

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