Um levantamento elaborado pelo Instituto Fecomércio AL em parceria com a Confederação Nacional de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostrou que os maceioenses começaram o ano endividado com os impostos pagos no mês de janeiro. O endividamento dos consumidores da capital teve elevação de 2,1% neste primeiro mês do ano.
De acordo com o levantamento, se em dezembro a quantidade de consumidores endividados girava em torno de 185 mil, o número saltou para 189 mil, em janeiro. Já os inadimplentes, que representavam 46 mil cidadãos em dezembro, subiu para 50 mil; uma elevação de 9,53%.
Na análise do assessor econômico da Federação do Comércio de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, em dezembro, os dados de endividamento e inadimplência se mantiveram estáveis justamente pelo apelo ao consumo do período. Mas janeiro, além do consumo habitual, vem com outras cargas financeiras.
“Os consumidores da capital iniciaram um novo ano mais endividados. Viagens, gastos com o réveillon, impostos (IPVA, IPTU e outros), colônia de férias, matrículas e materiais escolares foram alguns dos diversos motivos elevaram gastos, motivando o uso do crédito para manter essa estrutura de consumo”, observa.
Com esse comportamento, o uso do cartão de crédito continuou na liderança, respondendo por 79,7% das dívidas dos entrevistados. Comparando-se com dezembro, esse desempenho representa alta de 0,3 pontos percentuais (p.p.). O financiamento da casa própria (4,7%) e ‘outras dívidas’ (8,7%) foram fatores que também pesaram nas contas dos maceioenses. Em relação a dezembro, cresceram 0,7 p.p. e 1,3 p.p., respectivamente, em janeiro.
“Isso demonstra uma movimentação dos consumidores no sentido de adquirir novos imóveis financiados. A pesquisa indica, ainda, um movimento preocupante: a aquisição de empréstimos por outros meios que não sejam as instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central do Brasil; algo perigoso e ilegal, que a todo custo deve ser evitado”, avalia Felippe.
Em relação ao endividamento familiar, 55% dos entrevistados disseram que, em suas casas, outras pessoas estão com dívidas, enquanto 44,8% não têm outros membros nesta situação. Comparado a dezembro, houve aumento de 0,2 p.p. de pessoas endividadas na mesma casa.
No grupo dos inadimplentes (50 mil consumidores), a possibilidade de sair dessa situação é ainda bastante difícil. Apenas 4,5% indicaram que terão meios de quitar integralmente sua dívida. “Uma redução de 1,2 p.p. em relação a dezembro, apontando que há uma ressaca na criação de postos de trabalho”, explica o economista.
Já 39,4% (redução de 1,7 p.p.) dos 50 mil inadimplentes disseram que pagarão parcialmente, o que certamente contribuirá para a formação de uma ‘bola de neve’, em termo de juros. Houve aumento 3,1 p.p. entre os que declararam que se manterão na inadimplência, saindo de 45,1% (dez.) para 48,2% (jan.). O tempo médio em que os consumidores permanecem com suas contas em atraso é de aproximadamente 72 dias.
No geral, os consumidores que se endividaram e consumiram por meio do crédito passam, em média, 5 meses com essa dívida. “Certamente, o melhor momento para a capacidade total de crédito para esse consumidor é em junho, mês dos namorados, permitindo consumir bons produtos para os parceiros”, projeta Felippe, acrescentando que a boa notícia da pesquisa do Instituto Fecomércio é que o nível de compromisso da renda com as dívidas, em média, reduziu para 24,4%, apontando fôlego para novas aquisições, mas com prudência.