Condenação de Collor pode chegar a 40 anos de prisão

Quando era presidente da República, Fernando Collor usou uma rede de correntistas-fantasmas para esconder a origem do dinheiro ilegal que custeava suas despesas. Acabou cassado.

Em 2014, o agora senador foi o primeiro parlamentar a cair na teia da Lava Jato, depois de descobertos depósitos na conta dele feitos por bandidos de carne e osso. Não foi difícil descobrir do que se tratava.

O Supremo Tribunal Federal vai começar a ouvir as testemunhas do caso. O julgamento do processo em que o senador é acusado de embolsar R$ 30 milhões em propina ocorrerá no segundo semestre. Collor era um dínamo para produzir dinheiro vivo.

A quebra do sigilo bancário revelou que ele chegou a receber R$ 300. 000 em espécie num único dia. Para despistar, os depósitos eram fracionados.

O Ministério Público diz que a dinheirama é “vantagem pecuniária indevida”. O senador responde a 358 acusações de lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Pode pegar quase quarenta anos de prisão.

Em 2017, por unanimidade, a Segunda Turma do STF decidiu aceitar parcialmente a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Collor pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os ministros ainda decidiram rejeitar a denúncia contra o ex-presidente pelos crimes de peculato e obstrução de justiça. Collor se tornou o terceiro senador no exercício do mandato que se tornou réu na Lava Jato – Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) já respondem a ações penais no STF.

Segundo as investigações, pelo menos entre os anos de 2010 e 2014, mais de R$ 29 milhões em propina foram pagos ao senador em razão de um contrato de troca de bandeira de postos de combustível celebrado entre a BR Distribuidora e a empresa Derivados do Brasil (DVBR), bem como em função de quatro contratos de construção de bases de distribuição de combustíveis firmados entre a BR Distribuidora e a UTC Engenharia.

A denúncia da PGR também foi par­cialmente aceita contra Pedro Paulo Ber­gamaschi, apontado como operador par­ticular e amigo de Collor, e Luis Edu­ar­do Amorim, considerado admini­s­tra­dor de empresas do senador, pelos mesmos crimes: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Fernando Collor e Renan Calheiros almoçaram juntos em Brasília na semana passada. Os dois se reuniram em um restaurante para conversar sobre tudo: Alagoas, eleições, conjuntura.

Mas pelo menos um assunto ficou fora da mesa. Collor, que jura de pé junto que será candidato à Presidência, não chegou a falar sobre um eventual apoio do senador à sua candidatura.

 

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