Presenciamos nas votações do congresso nacional diversos parlamentares se guiando durante a votação por enquetes feitas nas redes sociais. O estreante Senador Jorge Kajuru (PRP-GO) mudou várias vezes a enquete no Facebook para que as pessoas escolhessem como ele deveria votar e ainda afirmou que se a votação não fosse em cédula iria ter um infarto.
Várias histerias coletivas aconteceram ao longo dos tempos como a epidemia da dança que ocorreu em Estrasburgo em 1518, onde uma mulher, Frau Troffea, começou a dançar inexplicavelmente com fervor e numerosas pessoas começaram a dançar mesmo sem música por dias sem descanso. No período de aproximadamente um mês, a maioria caiu morta em consequência de ataques cardíacos,derrames ou exaustão.
Atualmente nas redes sociais se criam rótulos de políticos e ministros dos tribunais superiores que são linchados em lugares públicos. Governos da Turquia, China, Israel, Rússia e Reino Unido são conhecidos por terem contratado milhares de pessoas para gerirem múltiplas contas nas redes sociais para mudar ou controlar a opinião pública.
Aqui no Brasil alguns rótulos criados por adversários velados faz com que os internautas sejam tomados por uma histeria de repetir” Hashtags” do tipo “#ele não”, “#fora esse”, ”#mito/mito”, “#esse me representa”, “#onde está fulano” ou qualquer expressão precedida pelo símbolo # que instantaneamente vira onda; chega-se até a usar máscara do agente politicamente correto do momento.
Feito isso o próximo passo é a criação de tribunal itinerante de aeroporto para o linchamento de quem foi condenado pela histeria coletiva.
O novo Congresso está repleto de políticos que representam corporações e que se elegeram por conta das redes sociais. Ao contrário do que se imagina, o resultado da pressão social nem sempre é positivo. Não é à toa que diversos cientistas políticos alertam para o risco da consulta direta aos internautas sobre políticas públicas.
As redes sociais se tornaram uma ameaça direta à democracia, pois o mau uso dela vem gerando constantes julgamentos nos tribunais de aeroportos.
A opinião de seletos internautas jamais pode substituir o voto do verdadeiro eleitor que no silêncio da urna escolheu quem realmente o representa.