Na semana passada, o primeiro registro em imagem de um buraco negro marcou o que foi um dia histórico para a ciência. Na ocasião, essa região do espaço ficou conhecida como M87*, fazendo referência à galáxia Messier 87, onde o buraco negro foi encontrado. Mas ele acabou de ganhar um apelido mais apropriado: Powehi.
O novo nome foi dado por Larry Kimura, professor de havaiano na Universidade do Havaí, em parceria com uma equipe de astrônomos. Powehi foi escolhido por seu significado na língua local, que pode ser traduzido como “formosa criação, sombria e insondável” ou “formosa escuridão geradora da criação eterna”.
A escolha do havaiano é compreensível, já que dois telescópios localizados na ilha foram fundamentais para a captura da imagem. No caso, o termo Powehi é repetido diversas vezes no Kumulipo, cântico do século 18 que conta a história da criação do universo havaiano.
O próprio termo Via Láctea nunca foi oficializado pela IAU
Apesar disso, esse nome não é oficial, o que não necessariamente quer dizer muita coisa quando falamos em apelidar astros e regiões do espaço. O nome oficial do buraco negro só poderia ser dado pela União Astronômica Internacional (IAU), mas o órgão não tem um comitê preparado para nomear objetos que não estejam no nosso sistema solar e não sejam estrelas.
Como lembra o astrônomo Rick Fienberg, o próprio termo Via Láctea nunca foi oficializado e praticamente todos os objetos que vemos no céu têm diversos nomes diferentes, mudando dependendo da cultura e da região do planeta.
E se o importante para um nome é mesmo ser aceito pela comunidade científica, parece que o buraco negro seguirá sendo chamado de Powehi. Para Jessica Dempsey, uma das pesquisadoras que trabalhou no projeto da imagem, o novo nome pode ser considerado como um presente da história e da cultura havaianas.