A CBF está preocupada com o aumento do número dos casos de doping por cocaína no futebol em 2019. Só até abril, foram quatro casos, o que significa o dobro do que foi registrado em 2018. A entidade realiza palestras nos clubes sobre doping como prevenção e educação. O Estado foi conferir a luta do lateral-direito Régis, ex-jogador do CSA que faz tratamento para se livrar da dependência de álcool e cocaína.
Régis Ribeiro de Souza usou cocaína por três anos e consumiu álcool de maneira abusiva por oito. Ele conseguiu escapar de uma pesada punição por doping – estimulantes estão entre as substâncias proibidas – em função dos testes paralelos que o São Paulo (antigo clube dele) fazia. Sim, o clube tinha conhecimento de tudo. “Eles sabiam do meu problema quando me contrataram e confiaram em mim. Eles me olharam como ser humano”, elogia.
Aos 29 anos, Régis acabou dispensado por faltas a treinos e por alternar bons jogos e atuações sofríveis. “Saí pelo uso de bebidas e drogas. O São Paulo era meu projeto e a oportunidade escorreu pelas mãos. Depois disso, minha fuga foi tentar esquecer aquela dor da forma mais rápida possível”, conta.
Por causa dos transtornos de comportamento causados pela dependência, ele foi preso três vezes. Seu casamento acabou. Para evitar que sua carreira e sua vida fossem para a lata do lixo – a expressão é do próprio jogador -, ele foi morar na Casa Supera, local de reabilitação que fica em Sorocaba que adota uma metodologia nova. O dependente mora ali, não toma medicamentos e segue sua vida normal. O Estado acompanhou a rotina. (Estadão Conteúdo)