Grupo de conselheiros tutelares entrou com pedido na Justiça para recontagem de votos da última eleição realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA). A recontagem aconteceria na quinta-feira, 14, mas foi impedida pelo Ministério Público do Estado (MPE).
Os conselheiros apontaram diversos motivos para a recontagem de votos. Urnas de lona chegaram no local de votação com muito atraso, o que criou tumultos; filas quilométricas; aglomerações e muitos eleitores desistiram de votar, o que prejudicou vários candidatos. Entre os mais grave está a falta de sigilo já que todos podiam ver em quem os eleitores estavam votando.
Urnas também estavam abertas o que levou à fraude com a inclusão de votos indevidos, uma vez que os números de votantes em sua maioria não coincidiam com o número de pessoas que assinaram o caderno de votação. Deficientes físicos e visuais também não puderam votar porque muitos locais de votação não tinha acessibilidade.
“Lamentavelmente, o processo de escolha dos Conselheiros tutelares do dia 6 de outubro de 2019, não atendeu aos anseios da sociedade, dos candidatos e, com certeza, à expectativa do órgão fiscalizador, o Ministério Público”, informou documento encaminhado à Justiça.
A eleição de conselheiros tutelares vem sendo criticada desde seu término. Conselheiros com passados obscuros, acusados de assalto e tentativa de homicídio, foram eleitos. “Existe uma pressão da Prefeitura de Maceió para que não haja essa recontagem para não prejudicar os conselheiros que defenderam durante o pleito”, disse uma fonte ao A Notícia.
A abertura das urnas, na quinta-feira, foi suspensa porque o Ministério Público entendeu que o CMDCA não tem competência para tal. O documento também pede o cancelamento da eleição para que a escolha dos conselheiros seja realizada com mais transparência.