Tonturas, fortes dores de cabeça, desmaios, vistas com alterações decorrentes de picos hipertensivos. Mesmo com todos esses sintomas ainda existem homens que não procuram um médico.
“Os homens se sentem muito responsáveis pela manutenção da família e têm medo de se ausentar do trabalho para ir ao médico e perder o emprego. Aliado a isso, acham que cuidar da saúde não é coisa de homem, interpretam ser vaidade demais, coisa de mulher”, afirmou o médico Mario Jucá.
É por esses e outros motivos que o mês de novembro é o mês em alusão ao combate do câncer de próstata. O Novembro Azul é conhecido nacionalmente por tentar, através de ações, conscientizar o homem para a prevenção tanto com câncer de próstata quanto de outras doenças masculinas.
Segundo o médico, ainda existem programas de saúde do homem que podem melhorar essa promoção da saúde. “Quando era Coordenador de Saúde do Homem da Secretaria Municipal de Saúde fizemos um trabalho nas Unidades de Saúde do município buscando criar Unidades Especializadas no atendimento de saúde do homem. Mas foram infrutíferas, porque é necessário equipe multiprofissional e multidisciplinar, além do que os postos teriam que funcionar em horário especial como das 17 às 22h, para oferecer ao trabalhador um horário depois de saírem do serviço”.
Ainda segundo Jucá, os homens não buscam assistência preventiva, apenas depois de ver ou sentir alguma alteração, muitas vez só com muito incômodo, dificultando, por exemplo, atividades laborativas e qualidade de vida. “Sangramentos ao urinar, dificuldades para urinar com alterações da próstata, como seu aumento e em a alguns casos até câncer”, afirmou o médico, que são os casos que os homens fazem a procura de especialistas.
Jucá relata que mesmo com uma aprovação de um projeto de lei, criando o dia de Saúde do Homem no município de Maceió, 15 de Julho, Dia Nacional de Saúde do Homem pelo ministério da saúde, não há uma sensibilização que promova ações concretar no dia. “Passa a data é nem a própria Câmara relembra o dia, ou sequer promove uma campanha”.
É por esse motivo que o mês de novembro, dedicado a saúde do homem, é muito importante já que o dia nacional não tem sido considerado no Brasil. “Só vemos alguma mobilização social no dia Internacional. Uma movimentação social que se faz decorrente do grande clamor do Outubro Rosa, mas que como todos podem sentir, com um impacto bem menor”.
O ex coordenador do programa de saúde do homem da Secretaria Municipal de Saúde questiona ainda se houve algum movimento de disponibilizar consultas para homens, ultrassom de próstata, aferição de pressão e dosagem da glicemia, por exemplo, já que as doenças cardiovasculares são as que mas matam esse gênero. “As ações são tímidas, isoladas”, afirma.
Já a faixa etária do sexo mais acometida por doenças, segundo médico, são diversas. “Temos todas as faixas etárias atingidas. Jovens com IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), com problemas de pressão, casos de suicídios, intolerância contra as minorias e nos mais idosos um número maior de câncer principalmente após os 50 anos, quando nós médicos orientamos uma consulta com o urologista”.
É importante relembrar ainda que caso indivíduos tiverem histórico de câncer de próstata na família essa idade na busca por um especialista deve ser antecipada para os 40 anos, para que se consiga o diagnóstico precoce e assim mais de 80% de cura.
“O desafio para os médicos e profissionais de saúde é permanente, estamos alertando aos homens machistas, descuidados com a saúde o ano inteiro da necessidade de se cuidar. Até parar de fumar, por exemplo, já que o câncer de pulmão é prevalente em homens. Parar de beber para evitar transtornos familiares e violências decorrentes do hábito. Tudo isso os profissionais de saúde orientam o ano inteiro, mas não tem uma repercussão tão impactante como se faz necessária”, finalizou o médico.