O Presidente Jair Bolsonaro mais uma vez volta a radicalizar e pede o fim das medidas restritivas em relação ao COVID-19 contra as orientações da OMS, de todos os governadores e prefeitos e da comunidade científica. Esse tema jamais poderia ser partidarizado, pois está em jogo o direito á saúde, á vida e ao trabalho.
Ele fez a aposta de que o número de mortes vai ser muito pouco e que não compensa confinar grande parcela da população. Por sua vez os governadores estão preparando a infraestrutura da área da saúde para receber numero considerável de infectados.
Com o trabalho sensato dos governadores, Bolsonaro “pode se dar bem”, pois enquanto menos mortes, mais fortifica o discurso de que se trata de uma “gripezinha”.
Deixando a análise política para outra oportunidade, defendo que nos próximos decretos editados pelos governadores que haja alguma flexibilização para a volta gradativa de algumas atividades como a atividade industrial, setor de serviço e comércio com horário reduzido.
Os serviços de Bares e restaurantes, com o uso de sua capacidade instalada reduzida, seriam avaliados nos próximos dias após implementação das primeiras medidas.
A área da educação deve permanecer segregada e se utilizar de várias ferramentas tecnológicas disponíveis para propiciar atividades aos estudantes “valendo nota”.
Sabemos que medidas preventivas que restringem a interação social realmente deprimem a atividade econômica. Mas a expansão da epidemia quando essas medidas não são adotadas também impacta negativamente a economia, já que as famílias reduzem por conta própria seu consumo e trabalho para diminuir a chance de contrair a doença.
As ações para reduzir a expansão da doença seguramente vão reduzir a mortalidade e, ao mesmo tempo, no longo prazo, vão ser economicamente benéficas. Aos poucos tem que haver uma flexibilização de volta a atividade de alguns setores e mitigar a ruptura econômica relacionada à pandemia .
O país que tomar a decisão de se proteger bem agora, controlar a epidemia o máximo possível, vai ter uma vantagem em termos globais. Ao sair mais rápido e menos abalado da crise, vai entrar numa posição de vantagem na economia internacional.
Observemos que a Alemanha já anunciou medidas contra crise que somam mais de 30% do seu PIB e está agindo massivamente para combater a epidemia e os efeitos da recessão causada por ela. Está claramente com uma estratégia de avançar em posições na geopolítica global, no seu poder econômico, saindo de uma crise menos avariada.
Como no Brasil há contradições de planejamento entre a União, representada pelo pensamento mitigador do Presidente Bolsonaro, e os Estados com ações segregadoras, cabem a estes agirem com extrema cautela para não errar na dosimetria da segregação e mitigação e manter fórum permanente com representantes dos setores produtivo, serviços e comércio acompanhando os números de novos casos da pandemia para tomada de novas decisões.