Estabelecimentos comerciais seguem fechados até o dia 20 de abril; entidade lamenta decisão do Governo Estadual
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio/AL) emitiu uma nota, nesta terça-feira (7), lamentando a decisão do Governo do Estado de prorrogar a paralisação das atividades comerciais até o dia 20 de abril. Com o novo decreto, a entidade prevê um prejuízo acumulado de R$ 1,6 bilhão nas atividades do setor terciário (Comércio e Serviços).
Na nota, a Federação diz reconhecer o momento difícil pelo qual passa a sociedade e a importância de somar esforços no combate à pandemia da Covid-19. No entanto, defende que é preciso encontrar um equilíbrio entre os interesses da sociedade e do setor produtivo, para que o desenvolvimento seja contínuo.
A assessoria econômica da Fecomércio/AL fez um levantamento e concluiu que, excluindo serviços essenciais não afetados com a suspensão (eletricidade, água, gás, esgoto, alimentação e serviços de saúde privados), a perda diária nas atividades de Comércio e Serviços é estimada em R$ 53 milhões, e isso vem acontecendo desde o dia 20 de março.
De acordo com a entidade, o setor Terciário (Comércio e Serviços) representa, em Alagoas, 49% do PIB, sendo responsável por empregar 66% dos trabalhadores celetistas e por 83,33% dos empreendimentos existentes, respondendo por 44% da arrecadação do ICMS no Estado.
Além disso, o Relatório de Mobilidade da Comunidade, do Google, do último dia 29 de março, revelou que, em Alagoas houve queda de 77% nas vendas e consumo por lazer, 79% nos estacionamentos, 76% nas linhas de ônibus e 35% no ambiente de trabalho. Apenas o consumo residencial registrou aumento de 17%.
A Fecomércio ressalta que, em contrapartida, as empresas precisam continuar honrando os compromissos financeiros e, embora tenham sido anunciadas medidas trabalhistas pelo governo federal, assim como normas tributárias nas esferas federal, estadual e municipal, tais iniciativas não serão suficientes para equilibrar as contas diante do desaquecimento de suas atividades. Para agravar a situação, também é previsto um aumento considerável do desemprego.
“Com uma participação [do setor terciário] tão ativa na economia, não há dúvidas de que uma paralisação massiva, embora voltada a um bem maior, afeta os negócios e prenuncia uma recessão. Por isso, desde a publicação do Decreto Legislativo nº 6, no dia 20 de março, a Fecomércio posiciona-se frente ao governo contra a prorrogação do não funcionamento das empresas”, diz trecho da nota.