O Sindicato dos Engenheiros (Senge-AL) e a Sociedade dos Engenheiros Agrônomos (Seagra-AL) hipotecam total e irrestrito apoio às posturas adotadas pelos integrantes, titulares e suplentes, da Comissão Eleitoral Regional (CER-AL) ao declinarem de continuar integrando a Comissão e o Plenário do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea-AL), na medida em que nenhum conselheiro se apresentou para integrá-la e, também à unanimidade, decidiu não compactuar com a eleição do dia 15 de julho, posições adotadas diante da grave crise sanitária causada pelo novo coronavírus, pela qual o mundo e o Brasil gravemente estão vivenciando, com inúmeros e crescentes de acometidos e óbitos e ameaça à saúde pública.
Entendem que, diante da realização presencial das eleições nesse período pandêmico em que permanece ativa a contaminação trará consequência gravosa, acarretando sérios prejuízos à saúde dos colaboradores, mesários, profissionais votantes e demais envolvidos com provável extensão aos familiares e a Sociedade como um todo, situação em que reclama e exige esforço hercúleo dos Poderes Públicos, que impõem clausura residencial, distanciamento social, face à velocidade de contágio.
Os órgãos de classe ao tempo em que repudiam com veemência, “questionam a intervenção da Comissão Eleitoral Federal – CEF no processo Eleitoral no Crea-AL, acintosa , descurada de razoabilidade, visto que o Instituto da Intervenção é salutar para sanear irregularidades, oportunidade em que os interventores fazem o saneamento, cobram responsabilidade a quem deu causa, por dolo ou culpa, e, após, devolve à Administração local, o que não é o caso, cuja motivação da CER e do Plenário foi em defesa da Vida”. Perguntam: os interventores irão por fim ao Coronavírus e garantir a segurança de todos?
“As nossas entidades questionam a postura do presidente do Crea-Al, Fernando Dacal, em permanecer num silêncio ensurdecedor, mesmo tendo presidido a mencionada Reunião Plenária, quando deveria agir em respeito à Decisão Plenária, adstrita à sua motivação, aos profissionais que foram a óbito, inclusive um conselheiro em exercício e ex-presidente e aos respectivos familiares e aos demais alagoanos afetados, bem assim, a todos envolvidos com a eleição, mas lavou às mãos”, afirmou o engenheiro Disneys Pinto, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Estado de Alagoas.
Acrescentou, ainda, que “o presidente do Crea chegou a editar mais duas Portarias, as de nºs 33 e 34, em iguais teores as demais, mudando tão somente o alcance para 17 de julho, todas tendo como motivo determinante a covid-19, cujo objeto é o não atendimento nas dependências do Crea, os colaboradores exercem suas funções em casa, on-line, veda Reuniões Presenciais, a Câmara, Plenário, Comissões e outros reúnem-se on-line, como os demais Creas estão fechados “.
Concluiu dizendo que, mesmo sabedor dessas medidas, o presidente recepcionou a CEF, representada por meio dos interventores, nas dependências do Crea, permitiu que se reunisse com os Candidatos e dará vazão à Eleição, o presidente capitulou em detrimento aos administrados, aos profissionais e à decisão unânime do Plenário”.
Ressalta ainda o conselheiro, a intervenção é na eleição e não no Regional. “O Presidente no exercício de sua função rende homenagem de estilo, não de subserviência. Os interventores jamais poderiam adentrar, fazer reunião nas dependências do Crea, em respeito à Decisão Plenária e as Portarias editadas pelo próprio presidente. Ademais, a logística seria da CEF, sem a participação do Crea-AL, e não aceitaria que colaboradores do Crea se reunissem em outro local oficialmente, não se trata de faz de conta”, finalizou.
O posicionamento das entidades tem reflexo no possível avanço da pandemia no Brasil, que pode atingir 2 milhões de casos confirmados do novo coronavírus já na semana que vem, com as mortes por covid-19 chegando a 80 mil, indicando uma projeção feita a pedido da BBC News Brasil pelo Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligado à Universidade de São Paulo (USP). Caso as previsões se confirmem, o País chegaria ao patamar assustador no número de casos em apenas 25 dias depois de atingir 1 milhão de casos, ou seja, quase cinco vezes mais rápido do que os 114 dias que demorou para atingir a primeira marca, no último dia 19 de junho.