A necessidade de construir políticas públicas que combatam a violência contra as mulheres, e de uma mudança cultural para aumentar a participação feminina na política foram reforçadas pela deputada estadual Jó Pereira (MDB) na sessão desta terça-feira (4), na Assembleia Legislativa, quando a parlamentar falou sobre o Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra a mulher,
Citando os pronunciamentos dos deputados Tarcizo Freire (Progressistas) e Galba Novaes (MDB) acerca das consequências da pandemia do novo coronavírus, Jó destacou que o aumento das agressões contra as mulheres é uma dessas consequências. Ela defendeu ainda que o enfrentamento a essa violência endêmica passa também pelo equilíbrio da participação política, dos espaços de liderança entre homens e mulheres.
“Vários assuntos serão abordados nessa Casa esse mês, mas um deles é de extrema importância, a necessidade urgente de uma mudança cultural profunda, para possibilitar o pleno exercício do poder por nós, mulheres. E essa mudança cultural só vai acontecer com a mulher assumindo espaços de liderança, sendo protagonista e espelho para outras mulheres. Precisamos dar um basta no exercício da liderança que toma decisões sem olhar com atenção, carinho e prioridade para a pauta da mulher”, defendeu.
A deputada lembrou que, embora tenham sido criadas algumas alternativas para permitir o aumento da participação feminina na política, a exemplo das cotas partidárias, tal avanço não ocorre porque, na prática, muitas vezes é negado às mulheres o exercício de espaços de liderança.
“Quantas mulheres nós temos líderes dos seus partidos, das suas bancadas? Quantas mulheres são presidentes de partido, presidentes das comissões? Aqui na Casa, por exemplo, sou presidente da Comissão da Mulher, mas das comissões mais representativas, nenhuma tem um mulher presidente. No Congresso Nacional a situação se repete, embora recentemente tivemos uma conquista, uma luz no sentido da mudança, com a senadora Simone Tebet na presidência da Comissão de Constituição e Justiça”, explicou.
“Espero que durante todo esse mês tenhamos aqui, assim como nas demais casas legislativas do país, falas no sentido de garantir nossos direitos e reforçar a importância de equilibrar, entre homens e mulheres, a participação política. Precisamos conquistar esse espaço, até porque a participação da mulher na política é o que nós temos de mais inovador, pois se existe, nesse caso, uma atividade especialmente machista, essa atividade é a política”, prosseguiu Jó.
A deputada finalizou apelando que, no pleito eleitoral deste ano, candidatas e candidatos a prefeito e vereador tragam, em suas propostas, essa necessidade de mudança cultural e de mobilização da sociedade: “Basta de violência contra a mulher e de desigualdade”.