Cento e dez pessoas em situações de trabalho análogo à escravidão foram resgatadas nos últimos dias nas cinco regiões do país, nas mais diversas atividades laborais, entre elas domésticas e rurais. É o que mostram os resultados da Operação Resgate, divulgados nesta quinta-feira (28).
Entre as vítimas resgatadas em áreas urbana e rural estão indígenas, idosos, adolescentes e pessoas com deficiência.
“É a maior força-tarefa de combate ao trabalho escravo até então de atuação simultânea em todo o território nacional. O principal viés dessa força tarefa é a causa humanitária, é a promoção de resgate de vítimas do trabalho escravo”, frisou o coordenador geral de Repressão a Crimes Contra Direitos Humanos e Cidadania da Polícia Federal, José Roberto Peres.
A Operação Resgate também encontrou 486 trabalhadores sem o devido registro em Carteira de Trabalho; e foram lavrados mais de 360 autos de infração.
Operação Resgate
A Operação Resgate, deflagrada em 23 estados, começou na semana passada e segue em andamento. Ela conta com cerca de 300 policiais federais, 100 auditores fiscais do trabalho, 29 procuradores do trabalho e 78 agentes de segurança institucional.
A ação é integrada por órgãos federais – Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho, Subsecretaria de Inspeção do Trabalho, Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União -, e tem como objetivo combater o trabalho escravo no país.
Além do resgate de trabalhadores, a Operação Resgate vistoria o cumprimento das regras de proteção ao trabalho e promove a coleta de provas para garantir a responsabilização criminal pelo trabalho escravo e a reparação de danos às vítimas.
17 anos da chacina de Unaí
Os resultados da Operação Resgate foram divulgados no mesmo dia em que a Chacina de Unaí completa 17 anos. Um crime que ocorreu na cidade mineira, em 2004, quando quatro funcionários do Ministério Público do Trabalho e Emprego foram assassinados na região durante uma fiscalização de rotina em fazendas.
Por causa do crime, que chocou o país, 28 de janeiro foi instituído como o Dia Nacional do Combate ao Trabalho Escravo.
Como denunciar
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma sigilosa no Sistema Ipê, lançado em 2020 pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho.
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