A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou na última quinta-feira (25) o edital que define as regras para a licitação da tecnologia 5G no Brasil. A novidade levantou dúvidas sobre o que acontecerá com quem utiliza parabólica para TV aberta, já que as antenas ocupam a mesma “avenida” no céu que a tecnologia 5G, causando interferências na rede.
O edital determina que as operadoras que comprarem lotes do 5G deverão distribuir receptores e antenas menores para os brasileiros que utilizam parabólicas. Além disso, segundo a Anatel, o processo será coordenado por uma entidade que ainda deve ser criada e que ficará responsável pela distribuição e instalação dos equipamentos. A mudança deve durar dois anos.
O conselheiro da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou durante coletiva de imprensa na última sexta-feira (26) que o processo será semelhante ao da mudança de TV analógica para a digital, que começou a ser feita no início de 2015 em vários municípios do país. “As pessoas vão receber um kit gratuito, que vai conter uma antena menor, como a da Sky, pois a parabólica vai parar de funcionar”, explicou.
O levantamento mais recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), feito em 2017, informa que 6,5 milhões de residências no Brasil contam apenas com antena parabólica para ver TV.
Soluções
A banda C, que transmite TV via satélite para parabólica atua na frequência de 3,7 GHz a 6,45 GHz, enquanto o 5G deverá utilizar de 3,3 GHz a 3,7 GHz. A sobreposição das redes pode atrapalhar a nova tecnologia. Como solução, foram discutidas duas possibilidades: diminuir o problema distribuindo filtros instalados nas TVs ou total migração da parabólica para outra frequência. A Anatel conduziu simulações em computador que apontaram que os filtros não eram o bastante para impedir a interferência. Assim, a instituição optou pela migração total.
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