CPI: Renan Calheiros diz que “miliciano nunca considera que é criminoso”, referindo-se à Flavio Bolsonaro

O relator da CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que “miliciano nunca considera que é criminoso” e “considera que é vagabundo toda pessoa que o enfrenta”,  referindo-se a Flávio Bolsonaro (Republicanos-SP).

No final da sessão da CPI na qual o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, depôs, Flávio Bolsonaro entrou na reunião e chamou Calheiros de “vagabundo” para tentar implodir a discussão.

Em entrevista à Globonews, Renan Calheiros disse que “as pessoas que moram no Rio de Janeiro sabem que o miliciano tem uma cultura diferente”.

“Ele nunca considera que é criminoso, que está cometendo dano à vida das pessoas, que está traficando, não. Ele acha que não é criminoso e considera que é vagabundo toda a pessoa que o enfrenta”, completou Renan.

Calheiros disse que Flávio Bolsonaro chegou na CPI “apavorado” por conta da situação de Fabio Wajngarten, que foi pego mentindo diante dos senadores, e o insultou “para o pai postar” nas redes sociais. No mesmo dia, Jair Bolsonaro publicou o vídeo de Flávio xingando Renan Calheiros dentro do Senado.

Para o relator da CPI, “o governo não tem argumentos, vive só de agredir, de xingar, de provocar, em um esforço diário para tirar a CPI do seu roteiro e para colocar, na discussão que cada vez mais convence a sociedade, uma discussão emocional, de alguém que tenta de todas as formas minimizar o debate que fazemos ali na CPI”.

Renan também comentou que pretende convocar Carlos Bolsonaro (Republicanos), senador do Rio de Janeiro, para depor na CPI por ter participado, junto com Wajngarten, de uma reunião que negociou a compra (não realizada) de vacinas da Pfizer.

A participação de Carlos e de Filipe Martins, assessor da Presidência para assuntos internacionais que foi flagrado fazendo um gesto racista dentro do Senado, na reunião foi confirmada durante o depoimento do representante da Pfizer, Carlos Murillo.

“O que nós precisamos agora, depois das confirmações em relação à sua participação no gabinete das sombras, é quebrar o sigilo dessa gente toda para que a investigação também nessa direção, efetivamente, comece a andar. Em sendo, mais adiante, necessária a sua convocação, nós vamos convocá-lo [Carlos Bolsonaro]. Eu defendo que seja convocado”, pontuou o relator da CPI.

Na terça-feira (18), a CPI ouvirá o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que atacou diversas vezes a China durante a gestão, mesmo sendo o país responsável pela maior parte dos insumos para a produção de vacinas no Brasil.

Na quarta-feira (19), o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vai depor na CPI. Com medo por conta dos incontáveis crimes que cometeu nos 10 meses que ficou à frente do Ministério, Pazuello já pediu permissão ao STF para ficar calado diante dos senadores. O ministro Ricardo Lewandowski concedeu o benefício para Pazuello ficar calado e não responder questões que o incriminem.

Sair da versão mobile