POLÊMICA – Desinformado, JHC sofre bombardeio após criticar reajuste na tarifa de água

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB) sofreu nesta quarta-feira (1º) um bombardeio de críticas em suas redes sociais após comentar, sem qualquer argumento técnico, o reajuste de 8% na tarifa de água aprovado pela Agência Reguladora de Serviços de Alagoas (Arsal).

Em posts no Twitter e no Instagram, direcionado ao governador Renan Filho, JHC lamentou que “em plena pandemia, momento difícil para a população, seu governo anuncia aumento na conta de água”. O comentário, porém, não lembrou o fato de que nenhum reajuste na tarifa de água foi aprovado nos últimos dois anos, período mais preocupante da pandemia do novo Coronavírus.

Esse dado foi ressaltado pelo secretário de Estado da Fazenda, George Santoro, em resposta à postagem do prefeito. “Em que país o senhor vive? Inflação acumulada do governo que o senhor ajudou a eleger é a maior dos últimos anos. Todos os custos disparando. Tem que ser responsável. Estamos há dois anos sem aumento de água. O senhor vai acabar quebrando a prefeitura. Menos demagogia e mais gestão”, alertou o secretário.

Em nota, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) também rebateu a crítica vazia e “desenhou” para o prefeito os critérios técnicos que nortearam o pedido de reajuste. “Senhor Prefeito, queremos lembrar que o último reajuste aplicado pela Casal ocorreu em julho de 2019, portanto, há dois anos e três meses. A Casal não aplicou nenhum reajuste em 2020 por ser solidária e sensível ao momento de pandemia enfrentado pela população. Mesmo assim, a Companhia absorveu todos os reajustes de insumos, principalmente de energia elétrica e de produtos químicos”, observa a nota, lembrando ainda outras medidas adotadas para evitar prejuízos à população durante a pandemia.

“Vale frisar também que a Companhia está há mais de um ano sem fazer nenhum corte no fornecimento de água por motivo de inadimplência dos clientes. Acredito que o senhor não deva ter a informação, mas os 8% de reajuste autorizados agora pela Arsal refletem apenas uma parte do aumento de insumos que afetaram o setor de saneamento nos últimos dois anos. A Casal segue sensível às demandas sociais, trabalhando firme e destaca que faz o maior investimento em esgotamento sanitário de toda a história de Maceió”, concluiu a empresa.

Demagogia

Em seus perfis nas redes sociais, o prefeito JHC também precisou lidar com as críticas da população ao comentário infeliz. Os comentários abordaram problemas crônicos causados pela ausência de política públicas durante a gestão de JHC na Prefeitura de Maceió.

“Caro prefeito, acredito que sua indignação seria mais útil se estivesse focada nas ruas esburacadas de Maceió que estão causando acidentes e prejuízos; na coleta de lixo atrasada que deixa as ruas imundas e coloca em risco a saúde da população, nos motoristas e garis que seguem trabalhando como se fossem escravos em caminhões sucateados e em quantidade insuficiente graças às empresas que não seguem o cronograma de coleta e fazem com que a população tenha que conviver com mau cheiro e insetos”, reclamou uma seguidora.

Nos comentários, seus “seguidores” lembraram alguns pontos da falta de gestão na capital alagoana. “E os precatórios dos professores, prefeito”, alertou uma seguidora. “E você devia assinar o pagamento sos precatórios”, observou outro. “Pague os precatórios da Educação, senhor prefeito”, “Sim, mas os precatórios dos professores, nada de assinar, né”, apontaram outros comentários, referindo-se ao rateio dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) para pagamento de precatórios dos trabalhadores da Educação municipal, cujo projeto de lei foi sancionado em junho pelo próprio prefeito sem que até hoje os pagamentos fossem efetuados.

“O prefeito reclamando de 8% na conta de água, e ele que só deu 3% de aumento aos funcionários municipais. Pior que o governo é ele, que os funcionários tem o teto salarial abaixo do salário mínimo”, lamentou uma seguidora, revoltada com o descaso da Prefeitura com seus servidores.

A demagogia do prefeito de Maceió ficou clara para muitos seguidores, que não deixaram de notar a conduta de JHC em tirar proveito da situação para obter lucro político. “Utilizando ferramentas antigas para enganar o povo comum… o senhor não precisa disso, prefeito!”, destacou um seguidor. “Sua postagem foi uma total falta de ética para um homem público. Politicagem? Preocupe-se em governador”, lembrou um seguidor que também reclamava de ter deus comentários censurados no perfil do prefeito. “Pelo visto o interesse político é maior que o interesse de fato na população. Vamos abrir os olhos, gente!”, resumiu outro comentário.

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