Projeto do Instituto Raízes de Áfricas levará mulheres da comunidade remanescente Lagoa do Algodão, em Carneiros, para Praia de Ponta Verde
A Prefeitura de Maceió está contribuindo para realizar o sonho de quarenta mulheres quilombolas de conhecer a imensidão e a beleza do mar da capital. Com esse apoio, o projeto, idealizado pelo Instituto Raízes de Áfricas, contemplará mulheres que vivem na comunidade Lagoa do Algodão, zona rural do município de Carneiros, na próxima quarta-feira (15).
As quilombolas vão passar uma manhã inteira desfrutando das riquezas da Praia de Ponta Verde, uma das mais frequentadas da cidade. Graças à parceria firmada com o município e com um restaurante da orla marítima, elas terão direito a um café de boas-vindas. A recepção ainda vai contar com apresentação do grupo Afoxé Povo de Exu.
A programação está sendo pensada para tornar o dia inesquecível a estas mulheres. A ideia integra o projeto Ébá Ókun – O Sertão vai ver o mar, desenvolvido pelo Instituto Raízes de Áfricas. A coordenadora da entidade, Arísia Barros, diz ser incompreensível e incoerente mulheres que moram no Estado não consigam desfrutar das belezas naturais que cercam a capital.
“No Quilombo Lagoa do Algodão, que fica nos cafundós do judas, um mundo distante, no meio da poeira, das palhas de cana-de-açúcar secas, do calor infernal, da falta de locomoção, de água nas torneiras, as mulheres não permitiam que seus sonhos ressecassem. Um deles, eleito por unanimidade, é justamente conhecer a imensidão do mar da capital, conhecida por ter a orla mais bonita do Brasil”, descreve Arísia.
Thiago Gomes / Secom Maceió