Falar de traição na política é algo rotineiro. E desta vez, quem virou a casaca foi o ex-secretário de Segurança Pública (SSP) Alfredo Gaspar. Segundo os bastidores da política alagoana, a revolta de Gaspar com os Calheiros seria o apoio ao presidente Lula, os planos para o candidato a governador Paulo Dantas. Sem contar o empenho do clã dos Calheiros de garantir a reeleição de Isnaldinho Bulhões na Câmara Federal. E foi assim que ele sentiu que ficou sobrando nas eleições.
Ressentido, sem motivo algum, pediu a exoneração do cargo. Em vídeo, falou sobre sua despedida. “Estou com o sentimento de dever cumprido. O compromisso que assumi com Renan Filho e com o MDB foi cumprido. Conseguimos fazer de Alagoas o Estado que teve a maior redução de violência na década no Brasil. E tudo isso com trabalho em grupo e todos remando numa só direção”, relatou Alfredo, ao ressaltar os bons índices obtidos à frente da pasta.
A verdade é que os Calheiros sempre apostaram na capacidade de Alfredo Gaspar, bancando a campanha à Prefeitura de Maceió e colocando-o na pasta mais difícil de Alagoas, a da segurança pública. Vale ressaltar que Gaspar deixou o cargo concursado no Ministério Público para entrar na política para participar das eleições municipais em 2020. Apostou alto, agora só resta saber se terá luz própria sem o MDB e sem a Família Calheiros.
Durante toda caminhada com Renan Filho, Alfredo Gaspar nunca poupou elogios ao governador. E a admiração era recíproca. “Hoje o secretário Alfredo Gaspar deixou o governo para ser candidato a deputado. Agradeço pela dedicação e desejo sucesso na nova jornada. Com investimentos em inteligência, novos concursos, programas inovadores e valorização profissional mudamos a segurança pública em Alagoas”, publicou Filho nas redes sociais.
Mas, parece que o apelido Boca Mole, dado a Gaspar por JHC, vai mesmo pegar. Bolsonarista, Gaspar já externou que jamais faria campanha para Lula. Sendo assim, prefere apoiar o presidente que a cada pesquisa acumula recordes de rejeição. E de quebra fará campanha junto a Arthur Lira, deputado federal, braço direito de Bolsonaro em Brasília.
Enquanto isso, o ex-chefe da SSP de Alagoas estaria em articulações mais avançadas com o União Brasil, que lhe teria oferecido a Presidência do Diretório Municipal da sigla.