MACEIÓ SEM FOME – Desjejum social pretende atender 2 mil pessoas por dia

Seu Luilson Pessoa, 66, trabalha no Mercado da Produção e o pouco que ganha na labuta árdua do centro de distribuição de alimentos ficava difícil se alimentar. Pela proximidade e alimentação mais em conta, o Restaurante Popular, no Centro, é seu ponto diário no horário do almoço e desde segunda-feira, bate ponto também no seu desjejum.

“Vou lá por que já conheço e confio”, disse o trabalhador ao ser informado que o café da manhã custa R$ 1. Pão, fruta e café da manhã à disposição do público em vulnerabilidade social. Quinhentas fichas são distribuídas diariamente, porém, de acordo com o secretário municipal de Assistência Social, Claydson Moura, a proposta do Município é ampliar para 1.500 fichas por dia.

“É a refeição mais importante do dia. Muitos esperavam o almoço [que custa R$ 3] e ficavam a manhã inteira sem comer. Agora, acabou isso. Quero é que chegue a 2 mil pessoas por dia”, disse Moura.

O Desjejum Social, promovido pela Prefeitura de Maceió, pretende assegurar o direito à alimentação para as pessoas que chegavam ao Centro de Maceió para trabalhar sem ter feito a primeira refeição. A ideia da Prefeitura é levar a iniciativa para outros bairros como Jacintinho, Benedito Bentes e Tabuleiro do Martins. Locais onde, segundo o secretário, terão anexos do Restaurante Popular.

O investimento inicial é de R$ 30 mil para ofertar o café da manhã para, pelo menos, 500 pessoas terem o desjejum de segunda a sexta. “É um investimento pequeno que mira em atender até 10 mil pessoas por mês”, enumerou o secretário Claydson Moura.

Desde o início da pandemia, quando o movimento do seu negócio caiu quase que 100%, o comerciante Chen, 72, ficou sem dinheiro para fazer as refeições como se deve. Na padaria, ele consegue comprar dois pães pequenos por R$ 1, mas é só. Por isso, na segunda-feira (18), foi um dos primeiros a comprar a ficha.

Pelo valor de R$ 1, comeu dois pães com manteiga, uma maçã e um copo de café com leite. “Com o momento da pandemia, o movimento caiu e eu não tenho mais nada. Minha esposa faleceu ano passado, e não tenho comida. Agora, com o café, não passo necessidade”, afirma o comerciante.

Das 6h45 até às 9h, o Restaurante estará aberto para receber os interessados e, em seguida, inicia o almoço, a partir das 10h30. Com isso, as duas principais refeições do dia podem ser feitas por R$ 4.

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