A Justiça de Alagoas decidiu não homologar, por ora, o plano de recuperação judicial das empresas de comunicação da família Collor aprovado pelos credores em julho de 2022 e autorizou o Ministério Público Estadual a pedir um inquérito policial para investigar suspeita de crime falimentar —que são fraudes cometidas por uma empresa em recuperação.
A informação é do jornalista Carlos Madeiro, para o UOL. O juiz Gilvan de Santana Oliveira, substituto da 10ª Vara Cível da Capital, acolheu parcialmente um pedido de credores que se sentiram lesados com o plano apresentado pela OAM (Organização Arnon de Mello), que reduziu em até 99% os valores a serem pagos aos ex-trabalhadores das empresas.
A decisão é do dia 9 de março de 2023, e ambas as partes podem recorrer. Procurados, OAM e defesa dos credores não comentaram a decisão. Os credores, porém, informaram que vão recorrer da decisão, que deixou de atender outros pedidos. Segundo o plano aprovado, o limite pago a cada credor trabalhista seria de apenas dez salários mínimos (R$ 12.120 em valores da época), sendo que havia ex-funcionários com débitos superiores a R$ 1 milhão inscritos na recuperação.
A OAM está em recuperação judicial desde setembro de 2019. O plano aprovado negociou um total de R$ 64 milhões em dívidas, sendo o BNDES o maior credor: R$ 14,4 milhões ao todo (e que aceitou dar um desconto de 70% no valor).