A Polícia Federal prendeu hoje o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A prisão do coronel foi durante operação da PF que mira a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. A corporação cumpre 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva.
Também foram presos o PM Max Guilherme Machado de Moura, Sérgio Rocha Cordeiro e o coronel do Exército Marcelo Costa Câmara, ex-assessores e atuais seguranças de Bolsonaro. Os agentes da PF também estão na casa de Bolsonaro, em Brasília, para cumprimento de mandados de busca e apreensão, segundo apurou o UOL. Ele deve ser levado para prestar depoimento.
Os celulares de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram apreendidos pela PF. As inserções de dados falsos sobre as vacinas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, segundo a PF. O período contempla a gestão de Marcelo Queiroga à frente do Ministério da Saúde.
Os dados dos certificados de vacinação foram adulterados para permitir a entrada nos Estados Unidos, no fim do ano passado. Bolsonaro viajou ao país em dezembro, um dia antes da posse de Lula. Segundo a PF, a apuração indica que o objetivo das falsificações seria “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas”, além de “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19”.
A ação da PF recebeu o nome de Operação Venire, que veio da expressão “Venire contra factum proprium” (Vir contra seus próprios atos). A PF afirmou que esse um princípio base do Direito Civil e do Direito Internacional, que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa.