O ex-deputado federal e ex-prefeito de Maceió, Cícero Almeida, conhecido por trocar partidos como troca de cueca, diz que se sente traído por “amigos do poder”. A declaração ocorreu nesta semana no podcast Política Sem Off, apresentado pelo jornalista Wadson Regis. Ainda segundo Almeida, o escândalo do lixo foi provocado por um aliado que, por não ter sido indicado para ser seu vice, optou pela vingança que desgastou sua imagem. O ex-prefeito da capital também diz que voltará às urnas nas eleições de 2024.
Para refrescar a memória, o Ministério Público Estadual de Alagoas entrou com a ação civil pública em novembro de 2010 contra o então prefeito de Maceió Cícero Almeida e mais 15 pessoas por ato de improbidade administrativa devido a irregularidades em contratos de limpeza urbana. O esquema foi denunciado em 2005 pelo então vereador Marcos Alves, falecido em 2011.
O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 200 milhões. Investigações realizadas pelo Ministério Público Estadual nos anos de 2005 e 2006 concluíram que, ao invés de realizar licitação para contratação da empresa encarregada da coleta de lixo na cidade, a prefeitura forjou a renúncia da Construtora Marquise S/A ao contrato vigente e fabricou uma emergência para justificar a celebração de contrato com a Viva Ambiental e Serviços Ltda.
Disse que por causa do escândalo quase perdeu o mandato, podendo contar com o apoio do usineiro falecido João Lyra. “A última visita que fiz a ele foi na Santa Casa. Na hora que cheguei lá, ele disse que os filhos estavam chegando, para eu ir embora, porque não gostavam de mim. E eu tive que sair”. Lyra morreu no dia 12 de agosto de 2021. Já debilitado, teve sua saúde agravada pela covid-19.
A filha de Lyra, Lourdinha Lyra, chegou a ser vice-prefeita de Maceió durante a primeira gestão de Cícero. O ex-prefeito da capital também diz que voltará às urnas nas eleições de 2024. E mandou um recado para JHC: “Por ser jovem e ter histórico político que envolve a família, tem a missão de fazer uma grande administração, o que Rui não fez”. No ano passado, Almeida tentou uma vaga para deputado estadual, mas desistiu no meio do caminho.
Condenação – Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por maioria dos votos, cassar o mandato do então deputado Cícero Almeida (PHS-AL, à época). O parlamentar foi condenado por infidelidade partidária em ações movidas por seu antigo partido, o PRTB. Eleito em 2014, o ex-deputado deixou a sigla em setembro do ano seguinte para ir para o PSD, mas não apresentou justa causa, como determina a lei dos partidos.