O grupo de comunicação Arnon de Mello tenta abafar um momento histórico: a condenação do ex-senador Fernando Collor por formação de quadrilha, desvio de dinheiro (que a mídia chama de recebimento de vantagens indevidas) e corrupção passiva. Tanto o jornal quanto o site mascararam a possível prisão de Collor. Ou seja, por fazer parte do quadro societário, os 89 anos da empresa na história no jornalismo não valem de nada. O que vale mesmo é proteger os interesses do patrão, como tem feito por anos, incluindo nos eleitorais.
Na quinta-feira, a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou pela condenação do ex-senador Fernando Collor por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um processo da Operação Lava Jato. Collor foi considerado culpado por receber propina em um esquema de corrupção na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Até o momento, o placar do julgamento é de 6 votos a 1 pela condenação. Após os votos, a sessão foi suspensa e será retomada na quarta-feira (24), onde a penalidade deve ser decidida.
Omitir a condenação de Collor é o mesmo que o jornal não noticiar o vencedor da Copa do Mundo, durante época da competição. Jornalistas da Gazeta de Alagoas ficam com a credibilidade em xeque perante à situação. Collor, que tem renome nacional, sendo até ex-presidente do Brasil, agora é possível detento. Isso porque a Gazeta de Alagoas se diz tão crítica e antenada para oferecer aos leitores – e eleitores – “as melhores” coberturas sobre os assuntos que estão em voga no momento.
“Ao ignorar tal fato fica demonstrado que o jornal, que se gaba de sua história, só serve, na realidade, para enrolar peixe na feira, um verdadeiro jornaleco. Vale salientar que, por muitas vezes, Collor foi acusado de usar seus veículos de comunicação para praticar perseguição política. Agora, omitindo tal fato é estranho, já que sempre noticiou o afastamento e condenação de outros presidentes da República”, analisa o diretor do A Notícia, Wellington Sena. Agora, uma notícia de tamanha grandeza virou uma notinha na Gazeta de Alagoas, bem escondida dos internautas e leitores.
Collor sai pela sarjeta da vida política, às escondidas, com a cabeça baixa e humilhado. Adeus, querido!