O documento foi elaborado com base nas prisões ocorridas entre os dias 27 de julho e 15 de agosto. Durante esse período, o Núcleo Especializado de Situação Carcerária (Nesc) teve acesso a 170 casos de pessoas presas em flagrante e 94 casos de captura de procurados pela Justiça.
Os resultados são alarmantes. Nove em cada dez flagrantes não encontraram armas no momento da prisão e em 67% dos casos não houve apreensão de drogas. Além disso, mais da metade dos detidos eram réus primários.
Dos 170 presos em flagrante durante a operação, 100 continuam detidos. Isso levanta questionamentos sobre a eficácia das prisões realizadas durante a Escudo.
Outro dado preocupante é que sete em cada dez pessoas presas em flagrante têm entre 18 e 34 anos, indicando um alto número de jovens envolvidos com a criminalidade na região. Além disso, 60% dos detidos se declaram pardos.
A Operação Escudo foi deflagrada após a morte do policial Patrick Bastos Reis, ocorrida no dia 27 de julho em Guarujá. Desde então, a operação tem registrado um alto número de mortos na região.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), entre os dias 28 de julho e 7 de agosto, 246 pessoas foram presas durante a operação. A SSP afirma que a operação está de acordo com a lei, mas eventuais desvios serão apurados.
Essas informações levantam sérias preocupações sobre a atuação da Polícia Militar durante a Operação Escudo. Diante do alto número de prisões sem apreensão de armas e drogas, fica evidente que há falhas na abordagem e no trabalho de inteligência para identificar alvos realmente perigosos.
Cabe agora às autoridades competentes analisarem o relatório da Defensoria Pública e tomar as medidas necessárias para corrigir os problemas identificados. É fundamental que a polícia atue de forma eficiente, respeitando os direitos dos cidadãos e realizando prisões que realmente contribuam para a segurança pública. A sociedade espera uma resposta rápida e efetiva para garantir um ambiente seguro e justo para todos.