“Ele [Delgatti] apresentou ao delegado que preside a investigação um áudio onde esta pessoa, assessora da Zambelli, faz promessa de pagamento”, disse Moreira a jornalistas após o novo depoimento de Delgatti à PF.
No depoimento prestado à PF na quarta-feira (16), Delgatti afirmou ter recebido R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli para invadir o sistema do CNJ e inserir falsos documentos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Um dos documentos falsos seria um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A deputada nega as acusações.
De acordo com o advogado Ariovaldo Moreira, Delgatti já havia mencionado a conversa com a assessora da deputada aos policiais federais, mas só agora se lembrou do nome da assessora, que não foi revelado aos jornalistas.
Moreira também afirmou que, no depoimento dado à PF na quarta-feira, Delgatti deixou de fora informações que havia revelado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) ontem (17), porque o delegado considerou que tais informações não eram relevantes para a investigação da invasão do sistema do CNJ.
Hoje, Delgatti reiterou à PF o que foi dito ontem na CPMI. O advogado já havia dito previamente que Delgatti não descarta a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada. Questionado sobre o que seu cliente teria a oferecer em troca de vantagens após fornecer tantas informações, Moreira afirmou que Delgatti tem colaborado para as autoridades obterem “indícios de provas”.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da deputada Carla Zambelli, que está internada em um hospital particular em Brasília desde terça-feira (15), e aguarda a manifestação da parlamentar.