Durante toda a manhã, os membros da comissão estiveram reunidos na tentativa de fechar um acordo. No entanto, o início dos trabalhos precisou ser adiado duas vezes devido à falta de definição. Como o presidente não disponibiliza a pauta com antecedência, a votação de requerimentos só pode ocorrer por meio de acordo entre todos os membros da comissão. Isso significa que mesmo com maioria, os integrantes da base governista precisam negociar a pauta com a oposição.
Arthur Maia revelou ter acreditado que seria possível chegar a um acordo, assim como já havia acontecido outras vezes. No entanto, desta vez não foi possível. O deputado ressaltou a importância de um acordo para dar mais credibilidade à CPMI. Ele tem se esforçado para que os requerimentos da oposição sejam votados, defendendo a credibilidade da comissão. Segundo Maia, aprovar apenas os requerimentos de um lado tornaria a CPMI menos confiável.
O presidente da CPMI afirmou que, se necessário, convocará uma sessão deliberativa antes ou depois do depoimento marcado para quinta-feira (24). Apenas em sessões deliberativas é possível aprovar novas medidas da CPMI.
Entre os requerimentos que os parlamentares governistas desejam aprovar estão a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e a quebra dos sigilos telefônico e telemático do ex-presidente Jair Bolsonaro, da deputada federal Carla Zambelli, do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, entre outros.
Na quinta-feira (24), a Comissão ouvirá o sargento do Exército Luís Marcos dos Reis, acusado de ter movimentado R$ 3,3 milhões de acordo com informações vazadas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O requerimento do deputado federal Rogério Correia, aprovado pela Comissão, menciona matérias da imprensa que supostamente comprovam a tentativa de golpe de estado por meio de mensagens trocadas entre o coronel Mauro Cid e o sargento Luís Marcos dos Reis.
A CPMI também marcou os depoimentos do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto para a próxima terça-feira (29) e do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias para a próxima quinta-feira (31).
É importante ressaltar que este texto foi elaborado com base nas informações disponibilizadas, mas sem mencionar a fonte.