O estudo aponta que a redução na aplicação das leis de proteção ambiental e das políticas públicas de controle do desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos é a principal responsável pelo aumento das emissões de carbono na região. O desmatamento, a queima de biomassa e a degradação florestal são os principais fatores que contribuíram para esse cenário preocupante.
“É evidente a relação entre o aumento do desmatamento e a redução das multas aplicadas”, observa Luciana Gatti, pesquisadora do Inpe e coordenadora do estudo. As multas emitidas pelos órgãos de fiscalização apresentaram uma redução de 30% em 2019 e 54% em 2020, e o pagamento das multas também registrou uma queda significativa, com uma redução de 74% e 89%, respectivamente.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ressalta que os resultados obtidos pela pesquisa devem servir de alerta para a necessidade de ações e iniciativas que possam reverter essa tendência preocupante. Ela destaca que houve uma redução de 66% no desmatamento da Amazônia em julho deste ano, enfatizando a importância de se manter o compromisso de preservação e conservação da floresta.
O estudo revela ainda outros dados alarmantes para a região amazônica. Houve um aumento de 80% no desmatamento, 42% nas áreas queimadas, 693% na exportação de madeira bruta, 68% na área plantada de soja, 58% na área plantada de milho e 13% no rebanho bovino em dez anos.
A pesquisa envolveu 30 cientistas, incluindo especialistas do Inpe e pesquisadores de outras instituições brasileiras e internacionais. Foram realizados 742 voos entre 2010 e 2020 para a coleta de amostras, o que evidencia o rigor e a abrangência do estudo.
Esses dados são um alerta para a urgência de medidas mais efetivas de proteção ambiental e de controle do desmatamento na Amazônia. É necessário que as autoridades adotem políticas públicas mais rigorosas e invistam em fiscalização e punição adequadas aos infratores para reverter essa tendência preocupante e garantir a preservação desse patrimônio natural de importância global.