“Alguém aqui, em perfeito juízo, acredita que o ex-presidente Bolsonaro estava financiando a invasão do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional? Claramente não. A menos que surja algum indício na CPI que comprove algo nesse sentido, não vejo motivos para quebrar os sigilos apenas porque ele é ex-presidente. Se quiserem criar uma CPI para discutir presentes de ex-presidente, venda de Rolex e negócio de joias, então que façam outra CPI”, afirmou Maia.
Essa declaração foi dada por Maia depois de uma reunião com o comandante-geral do Exército, general Tomás Paiva, no Quartel-General do Exército em Brasília. O encontro aconteceu após uma sessão tensa na CPMI, em que governo e oposição discutiram sobre quais requerimentos deveriam ser votados e a sessão foi suspensa.
Um dos requerimentos em discussão é o que pede a convocação e a quebra de sigilo da deputada Carla Zambeli. De acordo com Maia, é importante que esse requerimento seja votado, pois há uma ligação dela com o hacker Walter Delgatti. No entanto, ele afirmou que a convocação poderá ser discutida posteriormente, após a análise dos documentos do sigilo.
Sobre o encontro com o comandante-geral do Exército, Arthur Maia garantiu que não recebeu nenhum pedido para dar tratamento especial a qualquer pessoa ou evitar a convocação de determinadas pessoas.
“Nenhum pedido foi feito. Pelo contrário, reiteradamente ouvi do comandante que a CPMI deve cumprir o seu papel. Para as Forças Armadas brasileiras, é importante mostrar o comprometimento com as instituições democráticas e com a Constituição”, afirmou Maia.
Para a próxima reunião, que está marcada para esta quinta-feira, está prevista a votação de requerimentos. O presidente da comissão espera que a reunião seja rápida e ocorra de forma organizada. Além disso, os parlamentares irão ouvir o depoimento do Sargento dos Reis, que atuava na equipe dos ajudantes de ordens de Bolsonaro e teve uma movimentação financeira considerada atípica pelo Coaf.
A CPMI dos Atos Golpistas segue com suas investigações, procurando esclarecer os acontecimentos do dia 8 de janeiro e a possível participação de autoridades e indivíduos na promoção desses atos.