O Brasil, como maior parceiro comercial da China, tem muito a ganhar com essa mudança de foco. Enquanto a China busca fortalecer seu consumo interno, ela também está interessada em garantir alimentos a um custo mais baixo. Isso abre uma oportunidade para o Brasil, que é o maior produtor global de alimentos, atender a essa demanda. Para isso, será necessário investir na infraestrutura do país, para garantir os meios de escoamento da produção de forma eficiente.
Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, há uma relação direta entre os investimentos públicos e a capacidade de atrair capital privado. Por isso, é importante que o Brasil se antecipe e crie condições favoráveis para atrair o interesse chinês. Com um ambiente positivo para a atração de recursos privados, os investimentos públicos se tornam mais atrativos.
O ministro argumentou que a China tem o desejo de reduzir os custos de importações. Isso permite que o Brasil crie sinergias importantes, reduzindo os custos de suas exportações, especialmente no setor de logística e transporte. A construção de ferrovias e a ampliação de portos são alguns dos projetos elegíveis para receber investimentos chineses. Essas conexões irão fortalecer o escoamento da produção brasileira e contribuir para a redução do preço do frete até a China.
Além disso, há expectativas de investimentos chineses em outros setores, como aeroportos. O mercado brasileiro possui um grande potencial, mas apenas uma pequena parcela da população tem o hábito de viajar de avião. Com a ajuda do Ministério do Turismo, o objetivo é atrair mais pessoas para voar, disponibilizando voos a preços mais acessíveis. Essa estratégia tem atraído empresas estrangeiras de baixo custo para se instalarem no país.
A reunião da Cosban, prevista para o primeiro semestre de 2024, será uma oportunidade para fortalecer ainda mais a parceria comercial entre Brasil e China. Comemorando 50 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países, a expectativa é que essa cooperação traga benefícios mútuos e contribua para o desenvolvimento econômico de ambos os países.