A vereadora Benny Briolly, presidente da Comissão da Mulher e Direitos Humanos da Câmara de Niterói, é a organizadora do evento e destacou que a ausência de mulheres nos espaços de poder político do município dificulta a construção de políticas públicas voltadas para as mulheres. Benny é a única vereadora mulher em exercício na atual legislatura da Câmara Municipal da cidade, que é composta por 21 parlamentares.
Dentre as ações já aprovadas pela Comissão da Mulher e Direitos Humanos estão o Maio Furta-cor, que visa conscientizar, incentivar o cuidado e promover a saúde mental materna; e a criação da Frente Parlamentar de Violência Obstétrica. Benny ressaltou que a saúde das mulheres em Niterói é uma das principais preocupações e que é preciso pensar na perspectiva da educação através das questões de gênero.
Durante o encontro “Raízes que nos Sustentam”, serão prestadas homenagens a mulheres históricas e figuras representativas do combate ao racismo, como lideranças quilombolas, negras, indígenas e pessoas com deficiência. Entre as homenageadas estão Marinete Franco, mãe da vereadora Marielle Franco, que foi assassinada em 2018; a atriz Sol Miranda; a escritora Conceição Evaristo; as deputadas Dani Monteiro e Talíria Petrone; a pesquisadora indígena Martinha Guajajara; entre outras.
Além das homenagens, o evento contará com diversas oficinas e uma feira de artesanato feito por mulheres. Na área externa do Teatro Popular, o público poderá aproveitar a roda de samba do grupo Terreiro da Vovó e assistir a apresentações musicais de Dany Black, Helena Kimmer, Monica Mac, Anna Brandão, Adriana Dutra e Tia Neusa, tudo de forma gratuita.
É importante ressaltar que o combate ao racismo também será abordado durante o encontro. A perspectiva da organização é pensar na vida das mulheres de forma interseccional, considerando as questões de raça e compreendendo a importância da luta das mulheres negras.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2021, a violência contra as mulheres continua sendo um problema generalizado. Ao longo da vida, uma em cada três mulheres é vítima de violência física ou sexual por parte do parceiro ou de um não parceiro. A violência começa cedo, sendo que uma em cada quatro mulheres jovens já sofreu violência de seus parceiros antes dos 20 anos.
Segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicada em março de 2023, as principais vítimas de violência no Brasil são mulheres negras, de baixa escolaridade, com filhos e divorciadas. Esses dados reforçam a importância de eventos como o “Raízes que nos Sustentam”, que visam conscientizar a sociedade e promover a igualdade de gênero.