A França tem uma longa história de proibição de símbolos religiosos nas escolas públicas, uma política que remonta ao século 19, quando a influência católica tradicional foi eliminada do ambiente educacional. Nos últimos anos, o país tem buscado ajustar suas diretrizes para lidar com o aumento da população muçulmana.
O ministro da Educação, Gabriel Attal, explicou a decisão durante uma coletiva de imprensa, afirmando que a laicidade das escolas públicas tem sido constantemente violada nos últimos meses, com alunos vestindo trajes religiosos, como a abaya e o kameez. Attal ressaltou a importância de preservar a neutralidade religiosa nas instituições de ensino.
De um lado, os conservadores, como o chefe do partido Os Republicanos, Eric Ciotti, comemoraram a medida, destacando que há tempos vinham solicitando essa proibição. Por outro lado, o partido de extrema-esquerda França Insubmissa criticou a medida, acusando o governo de promover uma rejeição obsessiva aos muçulmanos e de implantar uma espécie de “polícia da moda”.
O sindicato de diretores escolares SNPDEN-UNSA também se manifestou, saudando a decisão e ressaltando a necessidade de clareza nas diretrizes. O secretário nacional do sindicato, Didier Georges, afirmou que a preocupação principal era a segurança dos diretores e que a decisão tomada era necessária para evitar conflitos e mal-entendidos.
A França já havia proibido o uso do véu nas escolas em 2004 e, posteriormente, aprovou uma lei que proíbe o uso do véu que cobre o rosto em público em 2010. Essas medidas geraram polêmica e descontentamento entre alguns membros da comunidade muçulmana do país, que conta com cerca de cinco milhões de habitantes.
A proibição da abaya nas escolas públicas é mais um passo na contínua discussão da relação entre religião e Estado na França. Enquanto alguns defendem a separação total, outros acreditam que é necessário garantir a liberdade religiosa. O debate está longe de chegar a um consenso, e a decisão do governo certamente irá gerar mais polêmica nos próximos dias.
É importante ressaltar que não foi mencionada a fonte dessa reportagem, portanto não é possível identificar a sua origem e credibilidade.