Agentes responsáveis por morte de empresário são promovidos, gerando indignação e levantando questões sobre justiça e impunidade policial.

Três policiais militares envolvidos na morte do empresário Marcelo Barbosa Leite em 2014, durante uma abordagem policial em Arapiraca, foram promovidos dentro da Polícia Militar de Alagoas. Os PMs, lotados no 3º BPM, passaram da patente de Cabo para 3º Sargento. A informação foi divulgada nas redes sociais do próprio batalhão.

Essa promoção ocorre mesmo após os acusados terem sido denunciados em abril deste ano pelo Ministério Público Estadual pelos crimes de homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa. Essas acusações surgiram devido ao fato de Marcelo Barbosa Leite ter sido atingido por um tiro de fuzil durante a abordagem policial.

O empresário foi internado em estado grave e acabou falecendo 21 dias após o ocorrido. O caso chocou a população e gerou grande repercussão tanto no estado de Alagoas quanto no país inteiro. A gravidade do acontecimento levou à nomeação de uma comissão especial de delegados para investigá-lo.

Sidney Tenório, Cayo Rodrigues e Fillipe Caldas foram os delegados responsáveis por conduzir as investigações. Além disso, o Ministério Público Estadual determinou a realização da reprodução simulada da abordagem, com o intuito de esclarecer os fatos ocorridos naquele dia.

No início deste ano, os três militares que integraram a guarnição foram indiciados pela Polícia Civil. O comandante da guarnição, apontado como autor dos disparos que atingiram o empresário, foi indiciado pelos crimes de homicídio doloso, fraude processual e denunciação caluniosa. Os outros dois militares também foram denunciados por envolvimento nos crimes de fraude processual e denunciação caluniosa.

A promoção desses policiais, mesmo em meio às acusações graves e às investigações em andamento, causa surpresa e indignação. A população questiona se houve uma adequada avaliação dos eventos ocorridos na abordagem policial e qual critério foi utilizado para a promoção dos envolvidos.

O Alagoas 24 Horas entrou em contato com a 5ª Seção da PM/AL, responsável pela comunicação da Corporação, para obter posicionamento sobre o assunto, mas ainda aguarda uma resposta. A decisão de promover esses policiais em meio a um caso tão sensível e polêmico traz à tona questionamentos sobre a efetividade das instituições responsáveis pela segurança pública e a necessidade de uma maior transparência e accountability nessas situações.

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