A tecnologia por trás do Reusa começou a ser idealizada em 2019 e a expectativa é que uma versão comercial esteja disponível em meados de 2024. A ferramenta permitirá o controle em tempo real das demandas e estoques das águas das estações de tratamento de esgoto (ETE) e será uma conexão entre os produtores e consumidores que utilizam esse recurso. Em outras palavras, o Reusa funcionará como um marketplace da água de reúso.
O professor Marcelo Obraczka, coordenador do projeto, explica que o aplicativo será útil para condomínios, por exemplo, que poderão comprar água de reaproveitamento para lavar as áreas comuns ao invés de utilizar água potável, que possui um alto custo. O condomínio poderá se cadastrar no aplicativo e identificar onde tem água de reúso disponível para adquiri-la.
A água de reúso é produzida nas estações de tratamento de esgoto e possui diversas finalidades, como a irrigação industrial e a limpeza urbana. No Brasil, há uma grande oferta de água com características favoráveis para ser reutilizada, o que contribui para a preservação dos recursos hídricos.
A versão de teste do Reusa será implementada na região metropolitana do Rio de Janeiro e poderá atender à demanda de centenas de empresas. O aplicativo também poderá ser utilizado em outros locais, desde que sejam disponibilizados os dados necessários para a sua operação.
Segundo o professor Marcelo Obraczka, a falta de uma cultura de reúso de água e a escassez de registros históricos são desafios enfrentados pela equipe de pesquisadores e desenvolvedores do Reusa. A nova tecnologia busca proporcionar a redução dos custos operacionais de indústrias e grandes consumidores de água, além de possibilitar o aumento de receita na cadeia de produção.
O Reusa foi pesquisado e desenvolvido na Uerj e conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) através do programa Catalisa ICT. Além disso, o projeto recebeu suporte e troca de experiência e dados com instituições estratégicas do setor, como a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) e a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Com a apresentação da versão 2.0 do Reusa, espera-se que essa tecnologia inovadora promova uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos no Brasil, contribuindo para a redução de custos e a preservação dos recursos naturais.