BRASIL – Em depoimento à Polícia Federal, Bolsonaro evita comentar sobre joias, mantendo-se em silêncio diante das perguntas feitas pelos investigadores.

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o ex-secretário especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Fabio Wajngarten, foram convocados a depor à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (31). No entanto, os três optaram por ficar em silêncio durante os interrogatórios.

Após permanecerem por pouco mais de uma hora na sede da PF, localizada na área central de Brasília (DF), Bolsonaro, Michelle e Wajngarten deixaram o prédio sem dar declarações aos jornalistas que os aguardavam do lado de fora. Tentativas de contato com a defesa dos três não obtiveram sucesso até o momento.

A convocação para depor foi realizada no âmbito de um inquérito que investiga suspeitas de que Bolsonaro teria tentado se apropriar indevidamente de joias que supostamente teriam sido recebidas como presente de autoridades públicas sauditas. De acordo com a legislação, joias de alto valor devem integrar o patrimônio da União.

O motivo apresentado por Bolsonaro, Michelle e Wajngarten para permanecerem em silêncio foi a alegação de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) entende que a investigação sobre as joias sauditas não deve tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF).

Wajngarten utilizou sua conta no Twitter para escrever: “Reiteramos que continuamos, como sempre, à disposição para prestar todo e qualquer esclarecimento desde que no foro competente. No caso, a douta Procuradoria Geral da República, que já manifestou que o STF não é a esfera jurídica própria”. Ele também ressaltou que o respeito à lei é o que está sendo buscado nesse momento.

Além de Bolsonaro, Michelle e Wajngarten, outras cinco pessoas também foram intimadas a depor, incluindo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, seu pai, o general César Lourena Cid, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, e os ex-assessores da Presidência, Marcelo Câmara e Osmar Crivellati.

Wassef foi o único que prestou depoimento por videoconferência, diretamente de São Paulo. Como o inquérito tramita em segredo de Justiça, a PF não forneceu informações detalhadas sobre os interrogatórios. No momento em que Bolsonaro, Michelle e Wajngarten deixaram a PF, Wassef, Mauro Cid e seu pai ainda estavam sendo interrogados.

É importante ressaltar que as informações deste texto foram obtidas através de apuração jornalística, sem citação de fontes oficiais.

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