BRASIL – Ex-membro da GSI afirma que “deseja acreditar” na ausência de sabotagem, em declaração breve e objetiva.

No depoimento prestado nesta quinta-feira (31) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, se pronunciou sobre a possível sabotagem por parte dos militares nomeados pelo governo anterior.

Indagado pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), sobre a presença dos militares no GSI até o dia 8 de janeiro, Gonçalves Dias afirmou que “quer acreditar” que não houve sabotagem, mas destacou a importância de punir possíveis envolvidos nos atos golpistas ocorridos naquele dia.

A senadora ressaltou que setores vitais em situações de desordem pública estavam sob o comando de oficiais nomeados pelo ex-ministro Augusto Heleno, como o general Carlos Penteado, ex-secretário-executivo do GSI. Ela ainda mencionou outros setores que também eram comandados por pessoas nomeadas por Heleno.

Gonçalves Dias recebeu a estrutura do GSI do governo anterior e admitiu que talvez devesse ter realizado substituições. O deputado Rafael Brito (MDB-AL) questionou o ex-ministro sobre a ausência de mudanças significativas na equipe, levando em consideração o contexto do país, com manifestações que pediam um golpe militar após a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Brito destacou que Heleno é conhecido por suas posições golpistas e afirmou que Gonçalves Dias foi ingênuo e incompetente ao confiar na hierarquia das Forças Armadas. O ex-ministro concordou com a possibilidade de ter realizado trocas significativas na equipe.

Durante seu depoimento, Gonçalves Dias defendeu a ideia de que as Forças Armadas são organizações de Estado e não de governo, enfatizando que qualquer erro deve ser apurado e punido.

A CPMI busca esclarecer os acontecimentos ocorridos em 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram os edifícios-sede dos Três Poderes, em Brasília, em protesto contra o resultado das eleições de 2022, que elegeu Lula como presidente.

O depoimento de Gonçalves Dias suscitou debates sobre a responsabilidade dos militares presentes no GSI na data em questão. A apuração desses fatos é de extrema importância para compreender as circunstâncias e as eventuais consequências desses atos golpistas dentro do órgão responsável pela segurança institucional do país.

O ex-ministro da pasta respondeu às perguntas dos parlamentares de forma respeitosa e colaborativa, indicando sua disposição em contribuir com as investigações da CPMI. Resta agora aguardar o desdobramento dos trabalhos e as conclusões que serão apresentadas ao final das investigações.

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