A transferência aconteceu após um pedido da defesa de Monique, que alegou novas denúncias de ameaças sofridas pela professora na unidade prisional em que ela estava. A solicitação foi aceita pela juíza titular do II Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, Elizabeth Machado Louro, que determinou a transferência para uma unidade prisional segura.
Segundo a juíza, Monique apresentava um histórico de rejeição pelas demais internas em todas as unidades prisionais em que esteve. Elizabeth Machado Louro reclamou também da falta de resposta da unidade prisional às indagações feitas pela defesa de Monique sobre as denúncias de ameaças.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) realizou a transferência assim que saiu a decisão da juíza. No entanto, a Seap negou que tenha havido uma situação de risco para Monique Medeiros, argumentando que não foi registrado nenhum episódio que poderia comprometer a sua integridade física na unidade prisional em que ela estava.
Essa não é a primeira vez que a juíza Elizabeth Louro toma uma decisão no caso de Monique Medeiros. Em abril do ano passado, a magistrada havia concedido a soltura da professora, substituindo a prisão preventiva por monitoramento com tornozeleira eletrônica. No entanto, Monique foi novamente presa em uma decisão do desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que acatou o pedido do Ministério Público para que ela voltasse ao presídio.
No mês de agosto do ano passado, Monique obteve o direito de responder em liberdade ao processo em que é acusada de homicídio triplamente qualificado, após uma decisão do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha. No entanto, a sua prisão preventiva foi revogada novamente em julho deste ano, após uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acatou o parecer do subprocurador da República Juliano Baiocchi, sugerindo que Monique poderia atrapalhar as investigações.
Atualmente, tanto Monique quanto Dr. Jairinho aguardam julgamento por torturas e homicídio do menino Henry Borel. As denúncias de ameaças enfrentadas por Monique na unidade prisional levaram à sua transferência para a Penitenciária Talavera Bruce, onde espera-se que esteja em um ambiente mais seguro durante o processo judicial.