O secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP/BA), Marcelo Werner, anunciou as prisões em coletiva de imprensa na sede do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção a Pessoas da Polícia Civil (DHPP), em Salvador. No entanto, ele não revelou a motivação do crime, citando a necessidade de manter o sigilo das investigações.
A delegada-geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito, ressaltou a importância de apurar a versão contada pelo preso que confessou o homicídio, afirmando que é preciso verificar se ela condiz com a verdade. Ela também informou que um quarto suspeito está sendo procurado e que as equipes de investigação estão tentando identificar outras pessoas envolvidas no caso.
As investigações indicam que os envolvidos podem fazer parte de um grupo criminoso responsável pelo tráfico de drogas e homicídios na região de Simões Filho. Os três presos têm diferentes participações no crime contra Mãe Bernadete. As identidades dos suspeitos não foram reveladas para não prejudicar as investigações.
As autoridades policiais estão realizando diversas ações para elucidar o caso, incluindo oitivas, apreensão de telefones celulares e solicitação de medidas cautelares. Também estão investigando possíveis conflitos fundiários e tráfico de drogas na região. O objetivo é esclarecer completamente o crime, descobrir a dinâmica e a motivação por trás dele.
A prisão dos suspeitos causou repercussão na comunidade. O filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico, afirmou que a família fará um pronunciamento à imprensa para comentar o caso. O advogado que representa a família também manifestou preocupação com as declarações do secretário de Segurança Pública, afirmando que é necessário descobrir os mandantes do crime.
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, mencionou Mãe Bernadete durante um evento sobre questões raciais. Ela destacou que a líder quilombola denunciava o racismo e lutava pela justiça, e afirmou que o Estado falhou em proteger a população negra.
As investigações sobre o assassinato de Mãe Bernadete e de seu filho, ocorrido em 2017, estão sendo acompanhadas pelo Observatório das Causas de Grande Repercussão. O CNJ afirmou que os dois casos parecem estar relacionados com a defesa da causa quilombola em uma área de conflito fundiário.
Os familiares de Mãe Bernadete foram retirados da comunidade Quilombo Pitanga do Palmares como medida de proteção após o assassinato da líder quilombola. As autoridades continuam empenhadas em esclarecer o crime e levar os responsáveis à justiça.