De acordo com o Ministério da Defesa, esses investimentos serão direcionados para equipamentos aéreos, navais e terrestres, como aeronaves cargueiros, caças Gripen, helicópteros leves e de médio porte, construção de submarinos e navios-patrulha, viaturas blindadas e implantação de sistemas de controle de faixa de fronteira. Atualmente, o setor de defesa representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos.
Para o professor José Luis da Costa Oreiro, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília (UnB), o valor total destinado ao setor é adequado. Ele ressalta a importância do investimento em equipamentos para garantir a soberania territorial brasileira, além de possibilitar o desenvolvimento de tecnologia na indústria de defesa, gerando bons empregos.
Dentro desse contexto, o Exército receberá R$ 12,4 bilhões para ações de pesquisa, desenvolvimento e aquisição de equipamentos. Serão adquiridas 714 viaturas blindadas, além de helicópteros de emprego geral e veículos aéreos não tripulados. O Exército também modernizará seis helicópteros Pantera e desenvolverá o Programa Estratégico Astros, que promove pesquisa, desenvolvimento e implantação de uma unidade de mísseis táticos de cruzeiro de longo alcance.
Já a Marinha contará com recursos da ordem de R$ 20,6 bilhões para seis projetos, incluindo a construção do primeiro submarino nuclear do país, previsto para ser concluído em 2029, e a construção do estaleiro e da base naval para esse submarino. Além disso, está prevista a construção de três submarinos convencionais de propulsão diesel-elétrica.
No que diz respeito à Aeronáutica, serão destinados R$ 17 bilhões para a aquisição e produção de 34 aeronaves de caça multiemprego (F-39 Gripen NG), ampliando a capacidade da Força Aérea Brasileira (FAB) nas tarefas de controle aeroespacial, interdição, inteligência, reconhecimento e proteção da força. Também estão previstas aquisições de nove aeronaves tipo cargueiro, para missões de transporte aéreo logístico, e helicópteros leves e de médio porte para missões de treinamento e operações marítimas.
Além disso, o PAC destinará R$ 2,4 bilhões para projetos do Estado-Maior, como a compra de helicópteros leves e de médio porte para missões de treinamento e operações marítimas.
O professor Oreiro destaca a importância desses investimentos tanto do ponto de vista do desenvolvimento econômico quanto da soberania nacional, especialmente no atual momento geopolítico de instabilidade e rivalidade entre China e Estados Unidos. Ele destaca que é fundamental que o Brasil tenha ao menos a capacidade mínima de autodefesa.