De acordo com familiares da criança, agentes da PRF abriram fogo contra o veículo da família, atingindo a menina na cabeça e na coluna. Além da vítima, estavam no carro o pai, a mãe, a irmã de 8 anos e uma tia. A menina encontra-se internada em estado grave.
No dia seguinte, na sexta-feira (8), o MPF iniciou um procedimento investigatório e requisitou à Superintendência da PRF a identificação dos responsáveis pelos disparos, solicitando também o afastamento de todos os envolvidos na operação por 30 dias, bem como o recolhimento imediato das armas utilizadas, para realização de perícia. O órgão também pediu acesso ao procedimento investigatório interno aberto na Corregedoria da PRF.
Em visita ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias (RJ), onde a menina de 3 anos está internada, representantes do MPF buscaram verificar o estado de saúde da vítima e obter a identidade da equipe médica responsável pelos primeiros atendimentos e pelo acompanhamento do tratamento.
Durante a visita, o MPF recebeu informações de que um agente da PRF à paisana teria adentrado o centro de terapia intensiva onde a criança está sendo tratada, sem autorização da segurança do hospital. O procurador responsável pela investigação solicitou esclarecimentos sobre essa situação, bem como sobre a assistência prestada pela PRF à família nos cuidados com a menina.
Com esse procedimento, o MPF busca apurar um possível crime de lesão corporal ou tentativa de homicídio qualificada pela idade da vítima, sem prejuízo de outras condutas criminosas que possam ser identificadas no decorrer das investigações.
Segundo o relato do pai da criança baleada, o veículo da família passou próximo ao posto da PRF sem ser abordado e, em seguida, foi seguido de perto por um carro da polícia. O homem afirma que, ao reduzir a velocidade e indicar que iria parar, os agentes dispararam contra o veículo, atingindo a menina.
A PRF alega que realizou a abordagem por suspeitar que o veículo conduzido pela família fosse roubado. No entanto, os detalhes da ação policial e a maneira como os disparos foram efetuados ainda estão sendo investigados pelo MPF, que busca esclarecer as circunstâncias do ocorrido e identificar os responsáveis pelas consequências graves à criança.
A PRF não comentou sobre a abertura da investigação por parte do MPF, mas afirmou que aguardará os desdobramentos e colaborará com as autoridades durante todo o processo. A família da menina espera por justiça e uma apuração completa dos fatos, em busca de responsabilização pelos danos causados à vítima.
