Além disso, os investimentos no Brasil apresentaram uma redução entre 2019 e 2020. Enquanto a despesa total dos governos com a educação na OCDE apresentou um crescimento de 2,1% nesse período, no Brasil houve uma diminuição de 10,5%. Segundo o relatório, essa queda pode ter sido influenciada pela pandemia de covid-19.
A OCDE ressalta a importância do financiamento adequado para proporcionar uma educação de alta qualidade. A maioria dos países membros investe entre 3% e 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no ensino fundamental e médio. No entanto, não há dados sobre a porcentagem de investimento brasileira nesta edição do relatório.
Algumas diferenças significativas também foram observadas nas despesas por aluno entre os países da OCDE. Enquanto a Colômbia, o México e a Turquia gastam menos de US$ 5 mil por estudante anualmente, Luxemburgo investe quase US$ 25 mil.
No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece que o país deve investir pelo menos 10% do PIB em educação até 2024. No entanto, o último relatório de monitoramento da lei indicou que em 2022 o investimento brasileiro em educação representava apenas 5,5% do PIB.
O relatório da OCDE também destaca a necessidade de valorização dos professores. Segundo o estudo, muitos países da OCDE enfrentam escassez desses profissionais e salários competitivos são fundamentais para atrair e reter talentos na área. Em média, os salários reais dos professores do ensino secundário são 10% inferiores aos dos trabalhadores do ensino superior.
No Brasil, o PNE estabelece que os salários dos professores devem ser equiparados aos dos demais profissionais com escolaridade equivalente até 2020. No entanto, os salários dos professores continuam desvalorizados, representando apenas 82,5% dos salários dos demais profissionais em 2021.
O relatório Education at a Glance reúne informações sobre a educação em todo o mundo e fornece dados sobre estrutura, finanças e desempenho dos sistemas educativos. A edição de 2023 é focada no ensino e na formação profissional e traz um novo capítulo sobre a integração de refugiados ucranianos nos sistemas educativos dos países da OCDE.