O estádio São Januário, que foi inaugurado em 1927 e fica localizado no bairro que leva o nome do clube, na zona norte do Rio de Janeiro, está impedido de receber torcedores desde o dia 23 de junho por decisão judicial. No dia anterior, após uma derrota do Vasco para o Goiás, ocorreram conflitos dentro e fora do estádio, resultando em vandalismo e tentativa de invasão.
A interdição do estádio foi solicitada pela Promotoria do Consumidor do MPRJ e acatada pelo Juizado do Torcedor. Apesar dos recursos apresentados pelo clube, a ordem de interdição foi mantida pelo Tribunal de Justiça. O Vasco recorreu para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília, passando assim a responsabilidade do caso ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos.
No dia 5 deste mês, o Vasco fez uma solicitação para celebrar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), o que foi aceito pelo procurador-geral, após uma inspeção realizada pelo Corpo de Bombeiros no estádio. O acordo estabelece que o sistema de reconhecimento facial nas catracas de entrada será implementado em etapas, sendo o acesso das gratuidades o primeiro a receber o projeto piloto. O CEO do clube, Lúcio Barbosa, explicou que esse projeto demanda investimento em tecnologia e testes de conectividade entre os sistemas.
Além do reconhecimento facial, o TAC também prevê a colocação de câmeras de alta definição dentro do estádio, para facilitar a identificação de infratores, assim como a melhoria do acesso do público, incluindo o alargamento dos portões. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também esteve presente na cerimônia de celebração do TAC e se comprometeu a adotar medidas para melhorar o fluxo de pessoas e veículos ao redor do estádio.
A homologação do TAC pela Justiça e o encerramento da ação judicial devem ocorrer nos próximos dias, de acordo com o MPRJ. No entanto, a partida entre Vasco e Fluminense do próximo sábado (16) já está confirmada para o Estádio Nilton Santos, na zona norte da cidade. O jogo contra o Coritiba, no dia 21, será realizado no São Januário, e o clube pedirá à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que a partida contra o São Paulo, inicialmente marcada para Brasília no dia 7 de outubro, seja remarcada para o estádio.
Além das punições impostas pela Justiça comum, o Vasco também foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a jogar quatro partidas sem público e a pagar uma multa de R$ 80 mil, como consequência dos incidentes ocorridos no dia 22 de junho.