BRASIL – Combate à desinformação entre crianças e adolescentes deve ser foco das instituições de ensino, defendem especialistas.

O combate à desinformação, especialmente através das fake news, ganha destaque ao considerar a importância de alcançar crianças e adolescentes. O papel das instituições de ensino, incluindo meios de comunicação pública como emissoras de rádio e TVs educativas, públicas e universitárias, é fundamental nesse processo.

Nesta quinta-feira (14), representantes da academia e da sociedade civil se reuniram no primeiro dia do seminário Combate à Desinformação e Defesa da Democracia, no Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir o assunto. Patrícia Blanco, diretora executiva do Instituto Palavra Aberta, citou uma pesquisa global divulgada recentemente pela Open Society Foundation, na qual 86% da população mundial afirmou preferir viver em um Estado democrático. No entanto, ela alerta que “esse índice despenca quando se trata dos mais jovens”.

Os jovens são os que menos valorizam os processos democráticos, segundo Blanco. Ela ressalta que muitos estudantes do ensino médio não possuem conhecimento sobre os processos democráticos e a importância da participação para melhorar seu ambiente e situação através desses processos.

Esses resultados revelam a urgente necessidade de enfrentar a desinformação, que tem envenenado o discurso político e minado a confiança nas instituições democráticas. Blanco defende investimentos maciços na educação cidadã de crianças e jovens, dando a eles a oportunidade de participarem ativamente na construção de soluções para os problemas atuais.

Márcia Abrahão Moura, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitora da Universidade de Brasília (UnB), destaca que para cumprir seu papel de educar os jovens e as futuras gerações, as universidades e instituições de ensino precisam utilizar meios que vão além da sala de aula, incluindo a educação midiática.

Moura lamenta os ataques recentes sofridos pelas universidades federais, educadores e ciência, por aqueles que buscam minar a democracia. Ela ressalta que a desinformação ataca não apenas a democracia, mas também pilares fundamentais da sociedade. A reitora defende a ampliação de parcerias que envolvam as TVs e rádios universitárias, que são essenciais para alcançar mais pessoas em diferentes regiões do país.

O seminário Combate à Desinformação e Defesa da Democracia, promovido pelo STF em parceria com universidades públicas, acontece nos dias 14 e 15 de outubro. O evento conta com a participação de ministros, academia e representantes da sociedade civil. Temas como regulação das plataformas digitais, educação midiática e o papel das agências de checagem na defesa da democracia serão abordados nos sete painéis do seminário.

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