Durante os dois dias de julgamento, os advogados dos réus proferiram ofensas e descredibilizaram os ministros do STF. Em resposta a essas críticas, Weber afirmou que o importante é que a população compreenda que o STF é o guardião da Constituição e continuará desempenhando sua função com altivez e firmeza, mesmo desagradando a alguns.
Um dos advogados, Sebastião Coelho da Silva, que representa Aécio Pereira, condenado a 17 anos de prisão, chegou a declarar que os ministros do STF são as “pessoas mais odiadas do país”. Silva é ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça por suposto apoio aos grupos golpistas. Em um vídeo que circulou nas redes sociais, ele é visto pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes em um acampamento montado no quartel do Exército, em Brasília.
Outro defensor comparou o presídio da Papuda, onde os réus estão presos, com o Holocausto e acusou Moraes de inverter o papel de julgador para se tornar um acusador. Moraes, por sua vez, rebateu as afirmações, chamando o discurso do defensor de “patético e medíocre”, sugerindo que ele estaria buscando visibilidade para futuras eleições.
Durante a sessão, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enviou um ofício manifestando apoio ao STF. No documento, o presidente da entidade, Beto Simonetti, expressou solidariedade aos ministros pelos ataques sofridos durante o julgamento e demonstrou confiança na condução correta do processo. A OAB reiterou sua posição de que os atentados ocorridos em janeiro representam graves ofensas à estabilidade democrática do país e defendeu a responsabilização de todos os envolvidos, garantindo o devido processo legal.
A posição firme e incisiva de Rosa Weber reforça o papel fundamental do STF na defesa do Estado democrático de Direito. Apesar das críticas e das tentativas de descredibilização, o tribunal continua exercendo sua função de garantir a interpretação e a aplicação correta da Constituição. A manifestação de apoio da OAB também é significativa, demonstrando o respaldo da entidade ao trabalho dos ministros. O julgamento dos réus envolvidos nos atos golpistas de janeiro marca um importante passo na busca pela justiça e pela responsabilização dos envolvidos nesses atentados à democracia.
