BRASIL – Advogado é expulso do Solidariedade após fazer declarações ofensivas contra STF durante julgamento de réus golpistas.

O Solidariedade, partido político brasileiro, anunciou na última sexta-feira (15) a expulsão do advogado Hery Waldir Kattwinkel, defensor de um dos réus condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro. Hery, que é filiado ao partido e foi candidato a deputado estadual em São Paulo nas eleições de 2022, causou polêmica durante a sustentação em defesa de Thiago de Assis Mathar, condenado a 14 anos de prisão.

Durante o julgamento, o advogado fez comparações entre a situação dos presos pelos atos e o Holocausto, além de afirmar que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, “inverte o papel de julgador” para se tornar um acusador. Hery também utilizou uma declaração do ministro Luís Roberto Barroso de forma descontextualizada e confundiu obras literárias ao citar a frase “os fins justificam os meios”, atribuindo-a erroneamente ao livro infantil “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry, quando na verdade ela pertence à obra “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel.

Diante dessas declarações consideradas ofensivas e desrespeitosas ao Supremo Tribunal Federal, o Solidariedade decidiu expulsar o advogado. Segundo a direção municipal do partido em Votuporanga-SP, a postura de Hery em atacar a Suprema Corte, mesmo no exercício de sua prerrogativa como defensor, não é apoiada pela legenda.

Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes rebateu as declarações do advogado, classificando-as como “patéticas e medíocres”. O magistrado ainda levantou a suspeita de que o objetivo de Hery ao fazer tais discursos poderia ser sua candidatura a vereador nas eleições do próximo ano.

Além de Hery Kattwinkel, outros advogados que defenderam a absolvição dos réus e julgaram a atuação dos ministros do STF realizaram ofensas e tentaram desacreditar o trabalho da Corte. Sebastião Coelho da Silva, ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, que representa Aécio Pereira, condenado a 17 anos de prisão, afirmou que os ministros são as “pessoas mais odiadas do país”. Já a advogada Larissa Lopes de Araújo, defensora de Matheus Lima de Carvalho Lázaro, condenado a 17 anos de prisão, chorou durante sua defesa e acusou o STF de não cumprir a Constituição.

Em resposta às críticas, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, defendeu a atuação da Corte durante o julgamento. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também manifestou apoio ao tribunal, ressaltando a gravidade dos atos ocorridos em 8 de janeiro e a importância de responsabilizar todos os envolvidos, assegurando o devido processo legal.

A expulsão do advogado Hery Kattwinkel pelo Solidariedade está relacionada à postura considerada inadequada em sua defesa perante o STF. O caso evidencia as tensões presentes entre a política e a justiça brasileira, bem como a importância de preservar o respeito e a dignidade nas relações institucionais.

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