BRASIL – Sete jovens são assassinados em chacina no bairro de Ambaí, em Nova Iguaçu, com corpos carbonizados e sem resgate dos corpos.

Nos últimos três dias, sete jovens foram brutalmente assassinados em uma chacina que ocorreu no bairro de Ambaí, na localidade Buraco do Boi, em Miguel Couto, na Baixada Fluminense. Até o momento, duas das vítimas já foram identificadas: Caíque Porfírio da Silva, de 18 anos, e seu primo, Cauã Fernandes Porfírio, de 19 anos.

Segundo Júlio César Gonçalves da Silva, pai de Caíque e pedreiro de 39 anos, os jovens foram capturados por membros da facção criminosa Terceiro Comando Puro, que domina o tráfico de drogas na região. Júlio César, que é bastante conhecido no local devido aos trabalhos profissionais que realizou na área, relatou que foi abordado por criminosos armados de fuzis, os quais mostraram fotos dos dois rapazes e afirmaram que eles haviam sido mortos, tiveram seus corpos carbonizados e foram torturados e arrastados presos à traseira de um carro. Além disso, os criminosos alertaram que estão armados e que a polícia não teria coragem de entrar na região.

O pai de Caíque afirmou que procurou a delegacia de Belford Roxo para relatar o ocorrido e oferecer ajuda, mas que os policiais aguardam ordens superiores para atuar na comunidade. Já a Agência Brasil entrou em contato com a Polícia Militar, responsável pelo policiamento ostensivo e repressivo, mas não obteve retorno até o momento.

Os assassinatos ocorreram ao longo dos últimos dias, sendo um no sábado (9), dois no domingo (10) e quatro na segunda-feira (11). Até o momento, nenhum corpo foi resgatado.

Diante dessa grave situação, Fábio León, assessor do Fórum Grita Baixada, ficou sabendo da chacina na quinta-feira (14) e está mobilizando as autoridades para agirem. Ele pretende formar uma força-tarefa para entrar na comunidade Buraco do Boi e prestar apoio aos pais das vítimas.

A região onde ocorreu a chacina abrange as comunidades de Santa Rita, Miguel Couto e Parque Flora, em Nova Iguaçu. De acordo com líderes locais, que preferem não se identificar por medo de retaliações, a área é desassistida, sem políticas públicas e completamente abandonada.

É imprescindível que as autoridades competentes ajam com rapidez e eficiência para investigar e punir os responsáveis por mais essa tragédia. Além disso, é necessário que sejam implementadas políticas públicas que garantam a segurança e o bem-estar da população dessas comunidades, que vivem em constantes situações de vulnerabilidade.

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